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Lula pede pressa na aprovação de MPs
Congresso deve ser rápido na aprovação das medidas provisórias que determinam desonerações, diz ele
Apesar do apelo do presidente, ainda não
há consenso na equipe econômica sobre desenho final das desonerações
Rafael Andrade/Folha Imagem
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Lula abraça Luciano Coutinho (BNDES), ao lado de Mantega (Fazenda), no lançamento no Rio
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu agilidade do
Congresso para aprovar as medidas da política industrial que
deverão ser encaminhadas sob
a forma de medida provisória.
Segundo técnicos da Fazenda, a maior parte das medidas
terá que passar pelo Congresso,
especialmente as que envolvem mudanças no PIS (Programa de Integração Social), na
Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social) e no Imposto de Renda,
que serão adotadas por MP.
Um exemplo disso seria a redução a zero do IR incidente
em despesas com prestação no
exterior de serviços de logística
de exportação, com uma desoneração prevista até 2011 de R$
70 milhões. Já as que tratam de
IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados) e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) poderão ser resolvidas
por decreto presidencial.
"Algumas coisas dessa política industrial terão de ser enviadas ao Congresso como medida
provisória porque senão elas
não entrarão em vigor rapidamente e nós poderemos ver um
retrocesso ou um atraso na política de desenvolvimento", disse Lula. O presidente disse contar com a compreensão de senadores e deputados para que
votem as medidas com agilidade. "O Congresso vai dar uma
demonstração de competência
e vai votar as coisas com a rapidez que o Brasil precisa, não é o
presidente que precisa", disse,
observando que as medidas não
se encerram em seu governo e
precisam ter continuidade.
Apesar da pressa de Lula,
ainda não há consenso na área
econômica sobre o que deve ser
de fato desonerado via MPs, segundo a Folha apurou junto a
um ex-membro do governo.
Após o anúncio da Petrobras
de que pretende comprar 146
embarcações de apoio, Lula
afirmou que os empresários
das indústrias siderúrgica e naval vão ter de se preparar "de
forma extraordinária" e preparar mão-de-obra qualificada
para atender à demanda de novas plataformas e navios.
Lula comparou a nova política industrial a programas de
desenvolvimento anteriores,
como o Plano de Metas nos
anos 1950 e 1960 e o segundo
PND (Plano Nacional de Desenvolvimento).
O presidente destacou a presença de João Paulo dos Reis
Velloso, o ministro do Planejamento responsável pela implementação do segundo PND na
década de 1970. Lula afirmou
que, naquela época, durante a
ditadura, o presidente tinha
mais poder do que hoje e agora
é preciso ter mais flexibilidade.
"Mesmo após 25 anos de incertezas, de choques e de baixo
investimento, nossa estrutura
econômica, nossos setores industriais e nossas cadeias produtivas conseguiram sobreviver", disse. Segundo Lula, o período de baixo crescimento foi
importante para o país aprender que não quer inflação e que
as empresas não podem ser
eternamente ineficientes e viver à custa de subsídios e "protecionismos descabidos".
Lula destacou o novo cenário
internacional, com o "começo
do fim" do período de crescimento global puxado pela demanda do consumidor americano. Segundo Lula, o país não
pode desperdiçar oportunidades novas, especialmente relacionadas aos biocombustíveis.
"Convoco todos os brasileiros, sem distinção, para essa
batalha. (...) Os lobbies, por
mais poderosos que sejam, não
serão capazes de deter os biocombustíveis", disse. Segundo
o presidente, para cada crítica,
o país terá duas respostas.
(JANAINA LAGE)
Colaborou a Reportagem Local
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