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repercussão
Empresários querem ação no câmbio
DA SUCURSAL DO RIO
DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO
O empresariado presente à solenidade de lançamento da política industrial recebeu as medidas
com cautela. Apesar dos
elogios à iniciativa do governo de procurar estimular o aumento do investimento, afirmaram que as
medidas não compensam
os prejuízos causados pela
taxa de câmbio atual.
Para o presidente da
Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo), Paulo Skaf, os resultados são contraditórios em relação à política
monetária. "O governo fala em aumentar exportação, mas não trata do câmbio valorizado. Fala em aumentar investimento, mas
tem medo do aumento da
demanda", disse. Apesar
disso, elogiou as desonerações e a redução nos juros
do BNDES.
"Faltou o Meirelles
[Henrique Meirelles, presidente do Banco Central]
aqui. Sem uma política
macroeconômica, essa política fica impossibilitada
porque o câmbio continua
valorizado, e isso só muda
com redução dos juros",
disse Rodrigo Rocha Loures, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná.
O presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, afirmou que a nova
política é transparente,
mas fez ressalvas: "Essas
medidas não têm impacto
na questão do câmbio, ao
menos não no curto prazo.
O desafio do câmbio ainda
precisa ser enfrentado,
novas medidas precisarão
ser anunciadas", afirmou.
Para o presidente da
Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos),
Luiz Aubert Neto, o país
ainda tem muito a fazer
para recuperar a competitividade perdida nos últimos 20 anos. "Na década
de 1980, éramos o 5º maior
fabricante de bens de capital do mundo. Hoje somos
14º." Ele elogiou as medidas de redução dos juros
do BNDES, mas afirmou
que as desonerações ainda
dependerão de vontade
política do governo.
O presidente da Firjan
(Federação das Indústrias
do Estado do Rio), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira,
juntou-se ao coro dos empresários que pediram para que o governo olhasse
também para a política fiscal: "Tudo o que foi anunciado aqui é positivo, mas
deve ser encarado dentro
de um arcabouço maior.
Temos que ter perseverança no equilíbrio fiscal.
Quanto mais ortodoxia
fiscal, melhor".
O presidente da Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia de Informação e Comunicação), Antonio Gil,
disse que as medidas permitirão ao setor ampliar
de US$ 800 milhões para
US$ 5 bilhões as exportações anuais até 2010,
transformando o Brasil
num pólo de prestação de
serviços para empresas estrangeiras. O setor foi um
dos principais contemplados na nova política industrial.
(JANAINA LAGE, ROBERTO MACHADO e SHEILA D'AMORIM)
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