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OceanAir reduz rotas e anuncia demissão de 600
Companhia aérea nega crise econômica e diz que medidas fazem parte de mudança na gestão para diminuir os custos
OceanAir justifica mudanças pelo aumento de preço do combustível; para analista, empresa não resistiu à competitividade do mercado
MARINA GAZZONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A OceanAir anunciou ontem um plano de reestruturação que inclui redução de 37 para 25 destinos e corte de 600 dos 1.700 funcionários.
A empresa nega a existência de uma crise financeira e diz que as mudanças visam a consolidação de uma gestão de custos mais eficiente.
A OceanAir disse que a reestruturação se fez necessária pelo aumento dos custos com combustível, elevados com a alta da cotação do barril de petróleo, que subiu 29,4% em 2008.
O grupo brasileiro Synergy, controlador da OceanAir, seguirá o modelo de gestão aplicado na companhia colombiana Avianca, adquirida em crise financeira pelo grupo em 2005 e que, segundo ele, hoje apresenta resultados positivos.
Entre os 12 destinos que deixaram de ser atendidos a partir de ontem, estão Araçatuba (SP) e Uberaba e Juiz de Fora (MG). A empresa também cancelou sua única linha internacional no mês passado, com destino ao México.
Segundo a empresa, os clientes que compraram passagens para esses vôos serão remanejados para outras companhias. "São destinos que não se justificava manter do ponto de vista econômico", disse a OceanAir.
A frota também será reduzida de 16 para 10 aviões, todos Fokker MK-28. Com isso, a OceanAir se desfaz dos outros modelos de Fokker e dos Boeing-737 que assumiu da empresa aérea BRA, incorporada no ano passado.
Na época, o negócio foi bem visto por analistas como uma tentativa em diminuir o "duopólio aéreo" da Gol e da TAM, que, juntas, responderam por 85,6% do mercado doméstico de aviação em abril deste ano. A OceanAir vendeu 3,3% do total de passagens.
Segundo o consultor André Castellini, da Bain & Company, a empresa aérea não resistiu à competitividade do mercado. Para ele, o aumento da oferta de vôos provocado pelas novas aquisições de aeronaves da Gol e da TAM gerou queda nas tarifas. "A OceanAir não tem aeronaves modernas e escala para competir com seus concorrentes mais fortes [Gol e TAM]."
Para Castellini, as companhias com frota menor deveriam focar em vôos com menos de cem passageiros, que não compensam ser feitos por aviões de grande porte.
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