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Sem pressão externa, Bolsa sobe 1,11% e bate recorde
Bovespa fecha aos 70.415 pontos; dólar cai a R$ 1,666
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Bastou o cenário externo não
atrapalhar que a Bolsa de Valores de São Paulo quebrou mais
um recorde de pontuação. Com
a alta de 1,11% registrada no
pregão de ontem, a Bovespa
passou a acumular valorização
anual de 10,22% e cravou
70.415 pontos.
O que os operadores de mercado têm observado é a contínua entrada de capital externo
à procura de ativos brasileiros.
Na primeira semana do mês,
R$ 2,01 bilhões líquidos saíram
dos bolsos dos estrangeiros para comprar ações na Bovespa.
Em abril, o saldo das operações
feitas com capital externo ficou
positivo em R$ 6 bilhões, cifra
inédita para um mês.
Como os estrangeiros detêm
participação de 35% nas operações realizadas no mercado
acionário doméstico, sua disposição acaba por ter relevante
peso nos rumos da Bolsa.
As ações que mais se destacaram no pregão de ontem foram
Aracruz PNB (com valorização
de 5,88%), Rossi Residencial
ON (5,38% de alta) e Lojas Renner ON (4,25%).
O mercado de câmbio não escapou do dia favorável. O dólar
teve forte recuo, de 1,19%, para
encerrar os negócios cotado a
R$ 1,666.
Altas marcaram os pregões
também nos principais mercados acionários do mundo.
Em Wall Street, o índice Dow
Jones, que reúne as ações americanas de maior liquidez, terminou com ganhos de 1,02%. A
Bolsa eletrônica Nasdaq subiu
ainda mais, 1,76%.
A pausa na escalada do petróleo foi bem recebida no mercado americano, pois teme-se que
a elevação no preço do barril do
produto se traduza em mais
pressão inflacionária.
Na Europa, a Bolsa de Frankfurt subiu 0,47%, seguida pelo
mercado londrino, onde a alta
foi de 0,26%.
A Bolsa de Tóquio, que está
entre as com pior desempenho
em 2008 (com queda acumulada de 10,22%), terminou ontem
com ganho de 0,64%.
No mercado brasileiro, o cenário internacional menos tenso reacende as expectativas positivas desencadeadas pela elevação do país a grau de investimento pela Standard & Poor's
no dia 30 de abril.
Nem mesmo a inflação, que
tem se mostrado mais perigosa
que o esperado, conseguiu estragar o humor dos investidores. Ontem foi a vez de a Fipe
divulgar que seu IPC (Índice de
Preços ao Consumidor) subiu
0,68% na primeira medição de
maio. As estimativas dos analistas apontavam para uma alta
em torno de 0,55%.
A pesquisa Focus apresentada ontem pelo BC mostrou que
os bancos elevaram sua previsão para a taxa Selic no fim do
ano para 13,25%. Um mês antes, a previsão do mercado era
que a Selic estaria em 12,75%
no fim de 2008. A taxa está hoje
em 11,75% anuais.
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