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POLÍTICA MONETÁRIA
Governo dá mais velocidade ao ritmo de queda e reduz taxa Selic três dias depois da última mudança
BC corta taxa de juros para 27% ao ano
da Sucursal de Brasília
O Banco Central anunciou que
reduzirá hoje os juros básicos da
economia, de 29,5% para 27%
anuais. Pela primeira vez, a taxa ficará abaixo dos juros vigentes antes da desvalorização do real, ocorrida em janeiro.
Foi a sexta redução dos juros básicos desde a crise cambial, quando a taxa Selic (média dos juros cobrados em empréstimos de um dia
vinculados a títulos públicos) oscilava em torno de 29% anuais.
O diretor de Política Monetária
do BC, Luiz Fernando Figueiredo,
disse que três motivos justificam a
queda: a inflação sob controle, a
retomada do fluxo de capitais estrangeiros para o Brasil e o desempenho fiscal mais favorável que as
metas do acordo com o FMI.
O presidente do BC, Armínio
Fraga, reduziu os juros básicos utilizando o "viés de baixa" -mecanismo que lhe confere poderes para baixar a taxa, a seu critério, sem
esperar pelas reuniões ordinárias
do Copom (Comitê de Política
Monetária do BC).
A próxima reunião do comitê
ocorre na semana que vem (dia 19
deste mês). A expectativa do mercado financeiro é que a taxa caia
novamente nessa reunião para algo em torno de 25% anuais.
O BC influencia os juros de toda a
economia fixando metas para a Selic. Essa taxa é usada em operações
envolvendo o BC e bancos.
A partir da Selic, os bancos definem a taxa que vão pagar para seus
clientes em suas captações e os juros que cobrarão nos empréstimos
a pessoas e empresas.
Com a redução de ontem, a tendência é que os bancos reduzam a
remuneração das aplicações de
seus clientes. Os juros cobrados
em empréstimos pessoais, cartões
de crédito e cheques especiais também tendem a diminuir.
O BC havia reduzido os juros há
três dias. Na segunda-feira passou
a vigorar a taxa anual de 29,5%,
contra 32% até sexta-feira.
Figueiredo disse que o governo
recebeu boas notícias da área fiscal. "Temos dados preliminares
que indicam que o resultado fiscal
no primeiro trimestre é bastante
melhor que a meta (acertada) com
o FMI", disse.
Ele não revelou quais são esses
números. O acordo com o FMI impõe uma meta de R$ 6 bilhões para
o superávit primário do setor público (o quanto União, Estados,
municípios e empresas estatais
economizam para pagar dívidas).
Apesar da queda, os juros continuam maiores que do que antes da
crise russa -no início de setembro de 98, chegaram a 19% anuais.
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