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AERONÁUTICA
Banco iniciou conversas com o grupo GE, que resiste ao projeto; objetivo é reduzir importações da Embraer
BNDES quer fábrica de turbinas de aviões
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) iniciou contatos preliminares para convencer o grupo
norte-americano GE (General
Electric) a construir uma fábrica
de turbinas no Brasil. Ou ao menos um grande centro tecnológico desses equipamentos.
O objetivo é reduzir os gastos de
importação da indústria de aviões
Embraer. A Folha apurou ontem
que três contatos já foram realizados entre o BNDES e a GE para
tratar do negócio. Segundo o banco, são conversas sobre o assunto.
A GE afirmou que sabe da preocupação do BNDES em diminuir
o conteúdo importado dos aviões
da Embraer, que hoje é de cerca
de 50%. Disse ser uma grande fornecedora de turbinas para a Embraer, mas declarou não estar interessada na construção de uma
fábrica de turbinas aqui.
O BNDES pode tentar, porém,
convencer a GE a instalar um centro de manutenção de turbinas
em Gavião Peixoto, no interior de
São Paulo, município onde a Embraer possui um centro de desenvolvimento de aeronaves.
Essa unidade da GE seria responsável não só pela instalação e
checagem das turbinas dos aviões
da Embraer, mas poderia atender
também várias companhias aéreas do Mercosul.
A subsidiária da GE que fabrica
turbinas é a GE Aircraft Engines.
No Brasil, ela já possui uma unidade de manutenção em Petrópolis (RJ), denominada GE Celma.
Atende empresas aéreas brasileiras. Um especialista em aviação
declarou à Folha, no entanto, que
a GE Celma trabalha hoje a plena
capacidade. Haveria filas de turbinas para serem atendidas. Um
centro tecnológico em Gavião
Peixoto resolveria o problema.
Alternativa
Caso o BNDES não consiga convencer a GE a trazer uma unidade
de turbinas ao Brasil, pode trabalhar o assunto com seus concorrentes, como a Rolls-Royce.
Uma fábrica ou um centro tecnológico de turbinas atenderia os
planos da Embraer de diminuir
seus gastos com importação. O
saldo positivo das exportações da
empresa tem caído neste ano. De
janeiro a abril, foi de US$ 107 milhões, contra US$ 331 milhões do
mesmo período de 2002.
A Embraer conseguiu em 2003
atrair o grupo japonês Kawasaki
para o Brasil. Ele construiu sua
primeira fábrica de asas para
aviões fora do Japão. A unidade
foi inaugurada oficialmente no
dia 24 de abril deste ano.
"Começaremos a produção das
asas em julho", disse à Folha o diretor industrial da Kawasaki Aeronáutica do Brasil, Mitsuo Ebina.
No início, os componentes para
as asas, destinadas ao modelos
Embraer-190 e Embraer-195, serão importados.
"Aos poucos, vamos nacionalizar nossa produção", disse Ebina.
A fábrica da Kawasaki exigiu investimentos de R$ 20 milhões,
bancados pelo grupo japonês.
Outros R$ 10 milhões devem ser
injetados na unidade em 2004.
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