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Acordo cria petroquímica de US$ 9 bi
Petrobras e Unipar criam Quattor, que pleiteia 15% de redução no preço da nafta, principal insumo
Nova empresa vem para
rivalizar com a gigante
Braskem, que apresentou o
mesmo pedido à Petrobras;
grupo estuda proposta
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras e a Unipar formalizaram ontem a criação da
nova petroquímica brasileira,
que nasce para rivalizar com a
gigante Braskem. Batizada de
Quattor, a companhia terá faturamento de US$ 9 bilhões ao
ano e já surge com um pleito:
renegociar com a própria estatal o preço da nafta.
Segundo Vitor Mallmann,
presidente da Quattor, a empresa entende que o preço do
insumo poderia ser até 15%
menor, já que o país está deixando a condição de importador do produto para a de exportador -especialmente após o
advento das descobertas de petróleo na camada pré-sal na bacia de Santos.
"A referência atual de preço é
o mercado europeu, que é importador. Mas há no Brasil uma
nova dinâmica. O país passará
brevemente a ser exportador.
Por isso, é necessária uma nova
fórmula de preço", disse.
Segundo Mallmann, a proposta será levada à Petrobras. A
previsão é que a mudança poderá baratear o insumo em até
US$ 100 a tonelada, cotada
atualmente a pouco mais de
US$ 1.000 a tonelada. "Claro
que essa revisão será negociada", afirma.
A Braskem se reuniu na semana passada com a Petrobras
para apresentar o mesmo pleito. A empresa alega que não
tem como competir internacionalmente com o atual nível de
preço da nafta.
O diretor de Abastecimento
da Petrobras, Paulo Roberto
Costa, disse que ouviu as ponderações da Braskem e solicitou a um grupo de funcionários
da companhia um estudo detalhado sobre as condições de
preço e mercado da nafta. Somente após a conclusão desse
trabalho, diz, é que a estatal decidirá sobre a possibilidade de
uma nova fórmula de preço para o derivado de petróleo.
Oferta pública
Gestada a partir da aquisição
da Suzano pela Petrobras no
ano passado, a nova empresa
petroquímica vai agregar as antigas PQU (central de matérias
primas de São Paulo, que era
controlada pela Unipar), Riopol (unidade gasquímica integrada, que era compartilhada
por Suzano, Unipar e Petrobras) e outras empresas menores de segunda geração -fábricas de resinas plásticas.
Com capital fechado, a Quattor terá sede no Rio de Janeiro
e controle compartilhado entre
Unipar (60%), empresa privada
controlada pela família Geyer,
e Petrobras (40%).
Serão feitas duas ofertas públicas de recompra de ações da
Suzano Petroquímica (cujo
controle foi comprado pela Petrobras em 2007 por R$ 2,7 bilhões) e da PQU.
Na primeira oferta, serão
gastos R$ 650 milhões para recolher os papéis da Suzano a
partir do dia 20 deste mês. No
caso da PQU, o desembolso
chegará a R$ 350 milhões.
Tanto Costa como Mallman
disseram que a nova empresa
será uma das investidoras da
unidades de segunda geração
(resinas) do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). Chamada de refinaria-petroquímica, a unidade de insumos básicos (eteno) deve ficar somente com a Petrobras.
Trata-se de um investimento
de US$ 8,5 bilhões.
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