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EUA conseguem ampliar vagas que têm melhor remuneração
IURI DANTAS
DE WASHINGTON
Pela primeira vez desde o fim da
recessão econômica de 2001, o
número de empregos bem pagos
da economia americana cresceu
mais do que a oferta de empregos
com baixos salários. Isso não significa que os empregados tenham
mais dinheiro no bolso, porque,
na maioria das vezes, o aumento
dos salários não conseguiu bater a
inflação no país.
Levantamento realizado pela
Instituto de Política Econômica
de Washington mostra que as indústrias de tecnologia, construção civil e serviços profissionais
estão crescendo mais do que as
que pagam salários baixos, como
o comércio varejista.
"Essa recente mudança de tendência sugere que o mercado de
trabalho está finalmente começado a aumentar os empregos de
qualidade do que vinha fazendo
nos últimos anos", escreveu a especialista Elise Gould, responsável pelo estudo no instituto.
A oferta de emprego nos Estados Unidos vem se recuperando
nos últimos meses, ainda abaixo
da expectativa do mercado. Enquanto a taxa de desemprego
atingiu 5% em junho, o menor índice desde os atentados de 11 de
Setembro, a previsão de 200 mil
novos empregos feita por especialistas ficou longe dos 146 mil novos postos registrados na prática
pelo governo.
Os números ainda sofrem revisões nos próximos meses, mas
sua divulgação provoca ainda
mais cautela em investidores.
Ainda que o total do primeiro semestre beire o 1,1 milhão de novos
postos, os números indicam desaceleração pois em abril foram cerca de 210 mil, contra uma média
de 125 mil em maio e os 146 mil no
mês passado.
Na avaliação de Gould, os resultados do levantamento apontando aumento na quantidade de
bons salários reflete o mesmo
comportamento da economia
visto no período de 1996 a 2001,
antes da recessão.
As indústrias que mais se expandem hoje nos Estados Unidos
pagam em média 3% a mais do
que as de menor expansão.
Inflação
No estudo divulgado, a especialista Elise Gould alerta que, embora a mudança seja positiva, a melhor forma de determinar o avanço no mercado de trabalho é verificar não apenas a diferença de salário de uma indústria para outra
mas também o valor dos vencimentos dentro da mesma indústria. E, na prática, isso significa
que muitos dos trabalhadores de
uma mesma indústria continuam
perdendo da inflação, a despeito
do aumento nas ofertas de emprego de salários mais vantajosos.
"No ano passado, os salários geralmente perderam para a inflação. Então, enquanto a composição das contratações no mercado
de trabalho tenha melhorado,
muitos trabalhadores continuam
ganhando menos do que no ano
passado em termos reais, porque
o aumento de seu salário simplesmente não consegue acertar o
passo com a inflação", anotou
Gould em seu estudo.
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