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PREÇOS
Para economista, turbulência deve evitar pressão no Congresso por mais gasto e levar a maior transparência nas contas do governo
Crise política pode conter inflação, diz Fipe
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
Toda crise política respinga sobre a economia e, conseqüentemente, sobre preços e inflação. A
crise atual pode ter um desfecho
contrário. Com a fragilidade do
Congresso, o governo vai sofrer
menos as pressões de gastos de
deputados e senadores. "Com isso, o Palocci [Antonio Palocci Filho, ministro da Fazenda] vai liberar menos e obter um déficit primário [economia para pagar juros] até maior."
As afirmações são de Juarez Rizzieri, economista da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). O economista diz, ainda,
que não se sabe onde vai desaguar
essa crise, mas deve levar a uma
transparência maior das contas
do governo. Essa transparência
pode ajustar parte do déficit fiscal.
E uma economia mais ajustada
vai gerar menos pressão sobre
preços, na visão de Rizzieri.
Mas, independentemente da
crise política, o cenário é bom para a inflação neste segundo semestre. Alimentos e vestuário vão
continuar a segurar a taxa nas
próximas semanas e compensar o
reajuste das tarifas públicas.
Devido a esse jogo de pressão,
Rizzieri prevê uma inflação próxima de zero para este mês. Com relação à estimativa para o ano, o
economista brinca e diz que "pelo
menos o IPC [Índice de Preços ao
Consumidor] da Fipe vai cumprir
a meta". Isso porque ele prevê
uma taxa de inflação próxima de
5% para o ano. A meta do BC para
o IPCA é de 5,1% para o ano.
Mesmo com o cenário positivo,
Rizzieri destaca que dois problemas podem "tumultuar um pouco", na avaliação do mercado: um
interno e outro externo.
O interno é a crise política em si.
Mas Rizzieri acredita que a economia tenha blindagem suficiente
para aparar a crise. Já no campo
externo, o economista destaca o
petróleo, produto que, se continuar na escalada de preços, vai
trazer impacto para a inflação.
Os dados da primeira quadrissemana de julho -últimos 30
dias até 7 deste mês- indicaram
que a deflação recuou para 0,13%,
taxa inferior ao 0,20% de junho.
Quedas menores nos preços dos
alimentos e no setor de vestuário
geraram a deflação menor. E o
item habitação começa a registrar
os efeitos do aumento de telefone.
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