São Paulo, sexta-feira, 13 de julho de 2007

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Emprego industrial cresce pelo 5º mês

No acumulado do ano até maio, expansão nas vagas é de 1,5%, ante aumento de 4,4% na produção, segundo o IBGE

Instituto vê impacto positivo do setor de máquinas e equipamentos; para Iedi, expansão no mercado de trabalho ainda é "acanhada"

CLARICE SPITZ
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O emprego na indústria brasileira registrou em maio crescimento pelo quinto mês consecutivo. O nível de ocupação subiu 0,3% em relação a abril, na série livre de influências sazonais. Nos cinco primeiros meses do ano, o mercado de trabalho apresentou expansão de 1,5% nas vagas.
Segundo Denise Cordovil, economista da Coordenação de Indústria do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o emprego industrial se beneficia do cenário positivo observado na produção. Nos cinco primeiros meses do ano, a produção da indústria registrou alta de 4,4%.
"A conjuntura econômica se mostra positiva, favorável para o aumento de investimentos em máquinas e equipamentos por conta da maior demanda do mercado interno", afirmou.
Em relação a maio do ano passado, o emprego industrial teve expansão de 2% -maior incremento desde maio de 2005. O IBGE registrou aumento de vagas em todos os locais pesquisados.
As principais contribuições vieram de São Paulo (2,3%), de Norte e Centro-Oeste (3,1%) e do Nordeste (2,1%). Em São Paulo, os setores com maior impacto positivo foram máquinas e equipamentos (8,5%), outros produtos da indústria de transformação (9,5%) e meios de transporte (3,2%).
No Norte e no Centro-Oeste, os setores que mais contribuíram para a alta do emprego foram alimentos e bebidas (10%) e madeira (4,6%). No Nordeste, foram refino de petróleo e produção de álcool (35,3%) e alimentos e bebidas (2,5%).
O Rio Grande do Sul também esboçou recuperação em maio e apresentou a primeira taxa positiva (0,2%) desde setembro de 2004. As maiores contribuições vieram de produtos de metal para construção civil (30,4%) e alimentos e bebidas, como carnes e aves que são exportados (9,9%).
Setores sensíveis à concorrência de importados continuam em queda no Rio Grande do Sul. O maior recuo coube a calçados (-10,9%) e madeira (-14,5%). "São setores intensivos em mão-de-obra e que continuam afetados pelo câmbio."
Entre janeiro e maio, as principais contribuições positivas vieram de São Paulo (2,1%), Nordeste (2,4%) e Norte e Centro-Oeste (2,6%). As pressões negativas vieram do Rio Grande do Sul (-2,2%).
O índice de média móvel trimestral -indicador de tendência- também apontou alta, de 0,4%, e apresenta trajetória ascendente desde fevereiro, acumulando ganho de 1,3%.
Segundo o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), embora mostre expansão, o emprego industrial ainda pode ser considerado "muito acanhado" ante a evolução da produção.
Na avaliação do instituto, a aceleração do crescimento das contratações pode retirar o "atraso" do emprego ao longo da segunda metade do ano. "A condição para que isso venha a ocorrer reside na continuidade do crescimento industrial."
O número de horas pagas -sinalizador de contratações- cresceu 0,2% em maio em relação a abril. O valor da folha de pagamento caiu 0,7%.


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