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Em Itaqui, minério tem que dar lugar a grãos três meses por ano
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
No porto do Itaqui, em São
Luís (MA), o embarque de soja
para exportação só é feito mediante interrupção, por três
meses ao ano, no período de safra do grão no Norte do país,
dos embarques de minério de
ferro de Carajás (PA) da Vale.
Nesse período, a estrutura da
mineradora é usada para a exportação de grãos. O embarque
de grãos em Itaqui é feito hoje
apenas pela Vale, que desde a
época em que era estatal -foi
privatizada em 1997- arrenda
um dos seis berços do porto.
Para José Hilton de Sousa,
presidente da Federação da
Agricultura e Pecuária do Maranhão, o produtor do Estado
perde oportunidades de exportação pela falta de estrutura do
porto para embarque de grãos.
"O porto de Itaqui tem grande potencial, mas precisa de
muito investimento. Algumas
providências estão sendo tomadas pelo governo por pressão nossa", disse. A capacidade
anual de embarque de grãos do
porto é de 1,8 milhão de toneladas. A Emap (Empresa Maranhense de Administração Portuária), estatal responsável pelo terminal, planeja ampliar esse número para 3,8 milhões de
toneladas até 2010, com a construção de um terminal de grãos.
O novo terminal também irá
permitir o embarque de soja
por outro berço do porto, além
do usado hoje pela Vale. O projeto existe há mais de quatro
anos e é reivindicação de produtores do Estado.
"O projeto não atenderá
completamente às necessidades dos produtores, mas atenderá principalmente aos micro
e pequenos produtores", disse
Gustavo Henrique Lago, superintendente de articulação de
negócios da Emap.
O porto é visto pelo governo
maranhense como opção de escoamento da safra do chamado
corredor centro-norte -Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul,
Tocantins, Pará, Piauí, Maranhão e parte da Bahia. Itaqui é o
ponto final da ferrovia Norte-Sul (que ligará São Luís a Brasília) e da ferrovia Carajás.
O projeto do novo terminal,
diz Lago, está em fase de licitação e deverá ser concluído parcialmente para a safra de 2009.
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