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Para consultores, ensino deve começar cedo
Pais podem explicar conceitos de caro e barato e diferenciar o que é necessário do que é desejado, dizem especialistas
Dinheiro não deve ser visto,
pelos filhos, como uma
recompensa por seu
desempenho escolar
ou por tarefas domésticas
DA REPORTAGEM LOCAL
Independentemente de a escola oferecer lições de educação financeira, aos pais cabe
um papel muito importante
nesse aspecto da formação das
crianças. De acordo com consultores da área, quanto mais
cedo se começa a explicar para
os filhos o valor do dinheiro,
melhor.
Até os quatro anos de idade, é
cedo demais para dar mesada
às crianças. Mesmo assim, pode-se conversar sobre conceitos simples, explicando, no
shopping center ou no supermercado, os conceitos de caro e
barato e a diferença entre o que
é necessário e o que é apenas
desejado.
É interessante, ainda, mostrar que aquisições maiores, como a de um televisor ou a de um
carro, demoram para se concretizar: a escolha do modelo
ideal e a poupança para reunir o
dinheiro que será gasto com esses itens levam tempo.
Quando já existe discernimento para administrar uma
mesada (no início, semanada),
o valor deve ser calculado de
acordo com a idade do filho: entre R$ 2 e R$ 3 por semana para
cada ano. Assim, uma criança
de cinco anos ganharia entre
R$ 10 e R$ 15 semanais.
"Esse é o momento crucial
para o ensinamento sobre a importância de poupar -a compreensão dessa ideia fará a diferença no futuro das crianças",
afirma o consultor e educador
financeiro Reinaldo Domingos.
É preciso adotar um ritual na
hora de entregar as notas, sempre no mesmo dia da semana
ou do mês, depois que a criança
chega aos 11 anos. Pode-se presenteá-la com um cofrinho para tornar o ato de economizar
mais divertido. "Depois que o
montante engordar, a abertura
de uma caderneta de poupança
dá um estímulo adicional", diz
Domingos.
O pequeno poupador tem
que ser encorajado a fazer planos para aquele montante:
comprar uma bola, por exemplo. Já a gestão do que é destinado às despesas do dia a dia
pode ser feita com a do próprio
orçamento da casa.
Enquanto dá a sua opinião
sobre quanto e como a família
vai gastar, a criança toma decisões sobre o seu dinheiro, separando quantias para o lanche
da escola e o lazer dos finais de
semana.
Origens e destinos
Tão primordial quanto instruir sobre gastos é deixar claro
de onde vem o dinheiro da família. Muitas empresas incentivam pais e mães a levar as
crianças para conhecer o seu
ambiente de trabalho. Ao perceberem quão difícil é ganhar o
salário, crianças e adolescentes
passam a dar mais valor para os
recursos.
O dinheiro jamais deve ser
visto, pelos filhos, como uma
recompensa por seu desempenho escolar ou por tarefas domésticas. Igualmente, a mesada não pode ser cortada para
castigá-los.
Na adolescência, as conversas sobre planejamento de carreira precisam incluir os tópicos padrão de vida e até mesmo
aposentadoria. É fundamental
que o jovem compreenda que é
sua responsabilidade poupar o
dinheiro da sua pensão para
não depender, na velhice, dos
pais ou do governo. Noções de
investimentos pessoais também podem ser passadas -aí,
troca-se a caderneta por uma
outra aplicação, dependendo
do destino que se deseja dar ao
dinheiro.
A não ser que faça um curso
em período integral, tão logo
entre na faculdade o filho deve
ser instado a procurar um estágio ou um emprego a fim de
bancar pelo menos uma parte
das suas despesas, de acordo
com especialistas.
(DENYSE GODOY)
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