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Estrangeiros cobram direito de minoritário e premiam transparência
Ações de empresas com alta liquidez e listadas no Novo Mercado da Bovespa são as preferidas
DA REPORTAGEM LOCAL
No radar dos estrangeiros,
estão as empresas com alta liquidez e listadas no Novo Mercado, segmento da Bolsa que
zela por práticas diferenciadas
de governança corporativa.
Uma das poucas brasileiras
com capital pulverizado (não
tem a figura de um controlador), a Embraer tem fundos estrangeiros entre os minoritários com mais de 5% desde
2006, quando decidiu extinguir
as ações PN (sem direito a voto)
e aderir ao Novo Mercado.
Segundo o diretor financeiro
da Embraer, Luiz Aguiar, a empresa passou a ter liquidez suficiente para esses fundos operarem. "Esse processo de reestruturação rumo ao Novo Mercado atraiu investidores que não
olhavam para a gente", disse.
No caso da Embraer, desde
setembro Barclays, Hotchkis &
Wiley e Franklin Resources
passaram a ter mais de 5% de
participação cada um.
Para Aquico Wen, diretor da
gestora Legg Mason, o Novo
Mercado trouxe confiança para
as empresas, mas a credibilidade foi abalada após o anúncio
das fusões Gafisa/Tenda e Aracruz/VCP. Como as operações
não foram caracterizadas por
mudança de controlador, os
minoritários ficaram sem direito a parte do prêmio de controle. "Foi um passo para trás."
Para Karina Litvack, que liderou o grupo de 11 investidores que procurou a CVM para
reclamar do caso, houve uma
melhora no respeito ao minoritário. "Desde o ano passado,
não houve mais incidentes problemáticos. A recente fusão entre Sadia e Perdigão foi marcada por um tratamento justo às
minorias. A negociação entre
VCP e Aracruz também teve
melhora no tratamento. No entanto, isso só veio após um período de incertezas e depois de
a Aracruz revelar perdas pesadas com derivativos. O lado positivo é que isso deve levar a
Aracruz ao Novo Mercado, um
sinal de que a empresa quer reconstruir sua reputação com os
investidores", disse Litvack.
Entre as empresas preferidas
dos estrangeiros, figuram as
companhias da holding EBX,
do empresário Eike Batista. Segundo Andrea Pereira, diretora
de Relações com Investidores
da EBX, Batista "conquistou" a
confiança desses investidores
em janeiro de 2008, pouco depois da abertura de capital da
MPX, quando os papéis recuaram mais de 20%.
Para compensar as perdas
dos investidores, Batista decidiu doar à MPX participações
US$ 1 bilhão em um porto e
uma usina, o que recompôs o
preço dos papéis e garantiu o
interesse dos investidores nas
aberturas de capital subsequentes do grupo.
No fim do ano, a LLX teve
perda com derivativos, mas Batista emitiu debêntures sem
custo para os acionistas. "Esses
episódios mostraram o comprometimento que temos com
o investidor."
(TS e FV)
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