DA REDAÇÃO

Dois dos maiores bancos do Japão, o Mitsubishi Tokyo Financial Group e o UFJ Holdings, anunciaram ontem um acordo básico para uma fusão que criará a maior instituição financeira do mundo em ativos.
O novo banco, que se chamará Mitsubishi UFJ Holdings, terá quase 80 mil empregados, mais de mil agências e cerca de US$ 1,7 trilhão em ativos, ante US$ 1,3 trilhão do americano Citigroup.
O processo de fusão está previsto para ser concretizado em outubro de 2005 e ainda precisa ser aprovado pelos acionistas do Mitsubishi e do UFJ. Os bancos não revelaram como será a composição acionária ou se haverá demissões e afirmaram que o valor que o Mitsubishi pagará pelo UFJ ainda está em discussão.
O acordo praticamente enterra as intenções de outro gigante japonês, o Sumitomo Mitsui Financial Group, terceiro maior banco do país, de adquirir o UFJ. Segundo analistas, só restará ao Sumitomo tentar uma oferta "hostil" (ou seja, à revelia do UFJ).
"Nós estamos muito felizes por poder anunciar o acordo básico. Acreditamos entrar em um novo estágio", disse o presidente do UFJ, Ryosuke Tamakoshi.
O executivo disse que uma das razões para a escolha do Mitsubishi foi o fato de o banco aparentar estar em melhores condições de injetar capital rapidamente no UFJ, antes do fim de setembro, quando acaba o ano fiscal no Japão. O Mitsubishi já afirmou que pode oferecer até 700 bilhões de ienes (US$ 6,3 bilhões) para capitalizar o UFJ, ante 500 bilhões de ienes do Sumitomo.
O Mitsubishi, segundo maior banco japonês, e o UFJ, quarto, anunciaram a fusão um dia após a Suprema Corte do país reverter uma decisão que impedia as negociações entre ambos.
Outro banco, o Sumitomo Trust, havia sido o responsável pela ação inicial, alegando que possuía entendimento anterior para comprar parte das operações do UFJ. A negociação foi abandonada quando começaram as conversas com o Mitsubishi.