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BARRIL DE PÓLVORA
Empresa afirma acumular prejuízos em razão da defasagem dos preços do petróleo no mercado interno
Refinaria Ipiranga ameaça fechar as portas
DO PAINEL S.A.
Fundada em 7 de setembro de
1937, às vésperas de completar 67
anos, a refinaria Ipiranga, a mais
antiga do país, situada na pequena cidade de Rio Grande (RS), estuda a possibilidade de fechar a
fábrica.
A informação foi confirmada
pelo empresário Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, presidente da
Firjan (Federação das Indústrias
do Estado do Rio de Janeiro) e um
dos sócios da Ipiranga.
De acordo com Gouvêa Vieira,
o problema da refinaria seria a defasagem dos preços dos combustíveis. Segundo ele, os atuais valores refletem um petróleo cru de
pouco mais de US$ 30 por barril,
enquanto a refinaria compra o
produto pelos preços vigentes,
que se encontram muito acima
dos US$ 40. Ontem, o barril fechou a US$ 45,50 em Nova York.
"A refinaria Ipiranga vem acumulando expressivos prejuízos."
Para contornar o problema, o
empresário diz que a empresa está estudando algumas alternativas, entre as quais a de parar a fábrica. Uma outra idéia seria a refinaria mudar de perfil e fabricar
produtos diferenciados.
A refinaria Ipiranga emprega
atualmente 400 pessoas e é uma
das maiores recolhedoras de
ICMS do Estado. "Será muito dolorido termos que tomar a decisão
de fechar a fábrica", diz Gouvêa
Vieira.
Com 4.300 postos no país e 850
franquias (de lojas de conveniências e automotivas), a Ipiranga
ocupa a segunda posição do mercado brasileiro, com uma fatia de
participação de 19,2%.
No setor de refino, a Ipiranga
detém uma fatia de 1% do mercado -dominado pela Petrobras,
com 98%. Nessa atividade, a Ipiranga obteve um lucro líquido de
R$ 22,2 milhões no primeiro semestre deste ano. No entanto, segundo a empresa, o cenário de volatilidade nos preços do petróleo
no mercado internacional tem
provocado uma forte defasagem
nos preços dos produtos das refinarias.
Em junho, os preços da gasolina
e do diesel foram reajustados em
torno de 10%, mas os níveis de defasagem dos preços, de acordo
com a Ipiranga, permanecem superiores a 20%.
Apesar do descompasso entre
os preços internacionais e os preços domésticos, analistas de mercado avaliam que o governo tem
optado por segurar os reajustes de
preços dos derivados de petróleo.
O argumento é que esse tipo de
aumento poderia causar impacto
na inflação.
A ministra de Minas de Energia,
Dilma Rousseff, e o presidente da
Petrobras, José Eduardo Dutra,
dizem que a decisão sobre eventuais reajustes depende da estabilização do mercado externo.
"As pressões de alta ainda dominam a perspectiva no curto
prazo", diz a consultoria Global
Invest sobre os rumos da cotação
da commodity.
(GUILHERME BARROS)
Colaborou Cíntia Cardoso,
da Reportagem Local
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