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Metalúrgicos do ABC vão parar autopeças na 2ª
Categoria reivindica 11,01% de reajuste e abono
Divulgação
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Assembléia no sindicato em que foi decidida a paralisação
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
Os metalúrgicos das autopeças do ABC paulista, berço político do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, decidiram entrar
em greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira
por causa do impasse nas negociações salariais da categoria.
No Estado, 50 mil trabalhadores que atuam em 3.000 fábricas desse setor podem parar.
Negociação entre a FEM-CUT (Federação Estadual dos
Metalúrgicos) e representantes
do grupo 3 (reúne os sindicatos
patronais dos setores de autopeças, forjaria e funilaria) terminou sem acordo ontem.
Os empresários não apresentaram nova oferta de reajuste.
Somente mantiveram a proposta anterior de conceder
10,4% de reajuste -sendo
7,15% de reposição da inflação
pelo INPC acumulado nos 12
meses encerrados na data-base
da categoria (1º de setembro) e
3% de aumento real.
Os trabalhadores querem o
mesmo percentual concedido
pelas montadoras na semana
passada: 11,01% de reajuste (o
que inclui 3,6% de aumento
real), além de abono salarial e
valorização nos pisos salariais.
Apenas no ABC paulista 22
mil trabalhadores devem cruzar os braços. A decisão de paralisar as atividades foi tomada
ontem à noite em assembléia
na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CUT.
Nas autopeças que mantêm
turnos da noite, as atividades
poderiam ser paralisadas ainda
ontem, segundo o sindicato.
Na assembléia, os trabalhadores aprovaram que os sindicalistas poderão negociar separadamente com empresas que
procurarem a entidade com a
proposta de 11,01% de reajuste.
Na avaliação de Sérgio Nobre, presidente do sindicato, foi
reivindicado o mesmo índice
das montadoras mais abono
porque "as autopeças estão trabalhando no mesmo nível elevado de capacidade das empresas automobilísticas (com recordes de produção e vendas)".
Trabalhadores da Federal
Mogul, de Diadema, e da Karmann Ghia, e Mahle Metal Leve, de São Bernardo, já haviam
feito paralisações de advertência na última quinta-feira que
duraram de duas a seis horas.
O maior entrave para um
acordo, segundo apurou a reportagem, é o não-pagamento
do abono. O setor patronal argumenta que 70% das empresas são de pequeno porte, com
menos de 50 trabalhadores, e
não têm condições de arcar
com o custo. Na versão dos metalúrgicos, as empresas menores representam 12% do setor, e
as multinacionais -com mais
representatividade- poderiam
negociar mais. "As empresas
nunca ganharam tanto dinheiro como agora", diz Moisés Selerges, diretor do sindicato. O
Sindipeças (sindicato patronal)
não se pronunciou
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