São Paulo, sábado, 13 de setembro de 2008

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Metalúrgicos do ABC vão parar autopeças na 2ª

Categoria reivindica 11,01% de reajuste e abono

Divulgação
Assembléia no sindicato em que foi decidida a paralisação

DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

Os metalúrgicos das autopeças do ABC paulista, berço político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira por causa do impasse nas negociações salariais da categoria. No Estado, 50 mil trabalhadores que atuam em 3.000 fábricas desse setor podem parar.
Negociação entre a FEM-CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos) e representantes do grupo 3 (reúne os sindicatos patronais dos setores de autopeças, forjaria e funilaria) terminou sem acordo ontem.
Os empresários não apresentaram nova oferta de reajuste. Somente mantiveram a proposta anterior de conceder 10,4% de reajuste -sendo 7,15% de reposição da inflação pelo INPC acumulado nos 12 meses encerrados na data-base da categoria (1º de setembro) e 3% de aumento real.
Os trabalhadores querem o mesmo percentual concedido pelas montadoras na semana passada: 11,01% de reajuste (o que inclui 3,6% de aumento real), além de abono salarial e valorização nos pisos salariais.
Apenas no ABC paulista 22 mil trabalhadores devem cruzar os braços. A decisão de paralisar as atividades foi tomada ontem à noite em assembléia na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CUT.
Nas autopeças que mantêm turnos da noite, as atividades poderiam ser paralisadas ainda ontem, segundo o sindicato.
Na assembléia, os trabalhadores aprovaram que os sindicalistas poderão negociar separadamente com empresas que procurarem a entidade com a proposta de 11,01% de reajuste.
Na avaliação de Sérgio Nobre, presidente do sindicato, foi reivindicado o mesmo índice das montadoras mais abono porque "as autopeças estão trabalhando no mesmo nível elevado de capacidade das empresas automobilísticas (com recordes de produção e vendas)".
Trabalhadores da Federal Mogul, de Diadema, e da Karmann Ghia, e Mahle Metal Leve, de São Bernardo, já haviam feito paralisações de advertência na última quinta-feira que duraram de duas a seis horas.
O maior entrave para um acordo, segundo apurou a reportagem, é o não-pagamento do abono. O setor patronal argumenta que 70% das empresas são de pequeno porte, com menos de 50 trabalhadores, e não têm condições de arcar com o custo. Na versão dos metalúrgicos, as empresas menores representam 12% do setor, e as multinacionais -com mais representatividade- poderiam negociar mais. "As empresas nunca ganharam tanto dinheiro como agora", diz Moisés Selerges, diretor do sindicato. O Sindipeças (sindicato patronal) não se pronunciou


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