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CSN planeja elevar em 312% produção de minério de ferro
Número se refere apenas à mina de Casa de Pedra, localizada em Congonhas (MG); além de aumentar produção de aço, empresa pretende exportar mais
GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO
A Companhia Siderúrgica
Nacional será cada vez mineradora. Não se trata de mudança
de foco. Muito ao contrário. "O
objetivo é justamente contemplar reserva mineral suficiente
para sustentar o plano de negócios da empresa", afirma Rogério Mendes Carvalho, gerente-geral de Novos Negócios da
CSN. Essa meta de expansão
abriu caminho para que também cresça o negócio da exportação transoceânica de minério
de ferro.
A companhia revalidou os estudos geológicos da mina de
Casa de Pedra, em Congonhas
(MG), considerada uma das
melhores jazidas de ferro do
mundo. A CSN trabalhava com
o número de 440 milhões de toneladas de minério. Depois de
auditoria da Golder Associates,
sabe que dispõe de 1,6 bilhão.
Com essa referência, a extração
anual será acelerada.
Da faixa de 16 a 17 milhões de
toneladas neste ano, o projeto
de expansão mineral prevê a
produção de 30 milhões de toneladas em 2009, 40 milhões
em 2010, 50 milhões em 2011
até chegar ao marco de 70 milhões em 2012.
Com esse perfil, Casa de Pedra se tornará um pólo minero-siderúrgico. Os investimentos
até 2012 somam US$ 2,970 bilhões. Esses recursos serão
aplicados em quatro frentes: a
preparação da própria mina, o
aprimoramento da usina de beneficiamento, a construção de
duas unidades de pelotização
-cada uma com capacidade para processar 3 milhões de toneladas por ano- e a logística do
porto de Itaguaí (RJ). Até meados deste ano, US$ 737 milhões
haviam sido aplicados.
Embarques
Segundo Carvalho, em 2012 a
CSN planeja destinar 8,5 milhões de toneladas de minério
de ferro para o complexo siderúrgico de Volta Redonda (RJ),
7,2 milhões para a primeira usina de placas da companhia, 3
milhões para a segunda -uma
instalada no parque industrial
de Congonhas e outra no porto
de Itaguaí- e 4,5 milhões para
outros negócios.
Serão 23,2 milhões de toneladas para o mercado doméstico, um segmento cada vez mais
atrativo -a tonelada de minério de ferro está na faixa de US$
50 a US$ 60, três vezes o preço
praticado na década passada.
Para exportação, haverá 46,8
milhões. Isso sem contar qualquer participação da CSN na
Namisa (Nacional Minérios
S.A.), subsidiária localizada no
quadrilátero ferrífero de Minas
Gerais e que vem sendo disputada por várias empresas.
"A demanda global vai continuar apertada", afirma Carvalho. Muitos projetos para expandir a produção de minério
de ferro enfrentam atrasos.
Falta engenharia. Pela demanda elevada, os fornecedores de
equipamentos não conseguem
entregar as encomendas nos
prazos prometidos. Os atrasos
estão na média de um ano.
"Qualquer evento extraordinário, como um acidente em mina
importante, monções na Índia
que interfiram na produção ou
elevação de demanda na China,
representa um desafio."
Os chineses devem continuar
como fator firme de demanda.
Embora prefiram usar o próprio ferro extraído no país, é
pobre a qualidade do minério
produzido de suas minas. O
teor de pureza era de 25% a
30% no começo da década.
Atualmente, é de 15% a 17%, relata Carvalho. Na mina de Casa
de Pedra, o teor de pureza chega a até 68%.
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