|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BB vai pagar R$ 685 milhões por banco de Santa Catarina
Negócio precisa ser aprovado pelos acionistas do Besc
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco do Brasil vai pagar
R$ 685 milhões para ficar com
o Besc (Banco do Estado de
Santa Catarina). O valor foi
anunciado ontem pelo BB, e o
negócio, para ser fechado, precisa ser aprovado pela assembléia de acionistas do banco catarinense, marcada para o próximo dia 30.
O preço foi fixado com base
em avaliações feitas pelas consultorias PricewaterhouseCoopers e BDO Trevisan. A assembléia não deve se colocar contra
a transação porque o maior
acionista do Besc é o Tesouro
Nacional, que, além de ser o
controlador do BB, também
possui 95% do capital do banco
estadual. As negociações entre
o BB e o Besc começaram em
abril de 2007 e sempre tiveram
apoio tanto do governo federal
quanto do de Santa Catarina.
O pagamento será feito por
meio de uma troca de ações entre os dois bancos. O valor acertado, porém, não inclui a folha
de pagamento dos servidores
do Estado, que ainda está sendo
negociada entre o BB e o governo de Santa Catarina.
Segundo Aldo Luiz Mendes,
vice-presidente de Finanças do
BB, esse assunto será tratado
depois de formalizada a incorporação do Besc, mas conversas iniciais apontam para um
pagamento de aproximadamente R$ 250 milhões para que
o banco seja responsável, pelos
próximos cinco anos, pelo pagamento dos 128 mil servidores
do Estado.
Na Bovespa, as ações dos dois
bancos reagiram de formas diferentes ao anúncio do negócio.
Os papéis do BB acompanharam o mercado e fecharam o
dia em alta. Já os do Besc caíram mais de 60%, com as cotações se aproximando do valor
oferecido pelo BB para ficar
com o banco.
O Besc passou para o controle do governo federal na renegociação das dívidas do Estado
com o Tesouro, ainda no governo FHC. O valor pago pelo BB
será usado para quitar parte da
dívida que Santa Catarina ainda tem com a União.
Mendes diz que nada muda
para os correntistas do Besc, e a
estratégia do BB para o novo
banco é aumentar a oferta de
serviços disponíveis no Estado,
já que, segundo o executivo, o
banco de Santa Catarina não
tem nem uma linha própria de
cartões de crédito para oferecer
a seus correntistas.
Em relação aos funcionários,
cortes não foram descartados,
embora eles não devam acontecer de imediato. "A princípio,
os funcionários do Besc continuam como estão. Com o passar do tempo, vamos ver como
tratar a questão", diz.
Atualmente, o Besc possui
3.375 funcionários, mais do que
os 3.247 empregados que o BB
tem trabalhando em Santa Catarina. Ainda assim, o Besc tem
menos da metade do número
de contas correntes abertas que
o BB tem no Estado. "O objetivo vai ser aumentar a eficiência
das operações do Besc", afirma.
O executivo diz que o BB pretende investir R$ 40 milhões
no primeiro ano de operações
com o Besc. Segundo ele, a
maior parte desses recursos será usada para melhorar a área
de tecnologia do banco.
Além do Besc, o BB também
negocia a incorporação da Nossa Caixa, de São Paulo, e do
BRB (Banco de Brasília), do
Distrito Federal.
Segundo Mendes, o acerto
com o banco paulista é o que está mais próximo, pois depende
apenas da definição de um preço que seja aceito por ambas as
partes, o que não tem data para
acontecer.
No caso do BRB, porém, o negócio ainda está em fase de análise, pois uma auditoria nas
contas do banco do Distrito Federal está em andamento para
avaliar a real situação financeira da instituição.
Texto Anterior: Crise global Próximo Texto: Vaivém das commodities Índice
|