São Paulo, sábado, 13 de setembro de 2008

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BB vai pagar R$ 685 milhões por banco de Santa Catarina

Negócio precisa ser aprovado pelos acionistas do Besc

NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil vai pagar R$ 685 milhões para ficar com o Besc (Banco do Estado de Santa Catarina). O valor foi anunciado ontem pelo BB, e o negócio, para ser fechado, precisa ser aprovado pela assembléia de acionistas do banco catarinense, marcada para o próximo dia 30.
O preço foi fixado com base em avaliações feitas pelas consultorias PricewaterhouseCoopers e BDO Trevisan. A assembléia não deve se colocar contra a transação porque o maior acionista do Besc é o Tesouro Nacional, que, além de ser o controlador do BB, também possui 95% do capital do banco estadual. As negociações entre o BB e o Besc começaram em abril de 2007 e sempre tiveram apoio tanto do governo federal quanto do de Santa Catarina.
O pagamento será feito por meio de uma troca de ações entre os dois bancos. O valor acertado, porém, não inclui a folha de pagamento dos servidores do Estado, que ainda está sendo negociada entre o BB e o governo de Santa Catarina.
Segundo Aldo Luiz Mendes, vice-presidente de Finanças do BB, esse assunto será tratado depois de formalizada a incorporação do Besc, mas conversas iniciais apontam para um pagamento de aproximadamente R$ 250 milhões para que o banco seja responsável, pelos próximos cinco anos, pelo pagamento dos 128 mil servidores do Estado.
Na Bovespa, as ações dos dois bancos reagiram de formas diferentes ao anúncio do negócio. Os papéis do BB acompanharam o mercado e fecharam o dia em alta. Já os do Besc caíram mais de 60%, com as cotações se aproximando do valor oferecido pelo BB para ficar com o banco.
O Besc passou para o controle do governo federal na renegociação das dívidas do Estado com o Tesouro, ainda no governo FHC. O valor pago pelo BB será usado para quitar parte da dívida que Santa Catarina ainda tem com a União.
Mendes diz que nada muda para os correntistas do Besc, e a estratégia do BB para o novo banco é aumentar a oferta de serviços disponíveis no Estado, já que, segundo o executivo, o banco de Santa Catarina não tem nem uma linha própria de cartões de crédito para oferecer a seus correntistas.
Em relação aos funcionários, cortes não foram descartados, embora eles não devam acontecer de imediato. "A princípio, os funcionários do Besc continuam como estão. Com o passar do tempo, vamos ver como tratar a questão", diz.
Atualmente, o Besc possui 3.375 funcionários, mais do que os 3.247 empregados que o BB tem trabalhando em Santa Catarina. Ainda assim, o Besc tem menos da metade do número de contas correntes abertas que o BB tem no Estado. "O objetivo vai ser aumentar a eficiência das operações do Besc", afirma.
O executivo diz que o BB pretende investir R$ 40 milhões no primeiro ano de operações com o Besc. Segundo ele, a maior parte desses recursos será usada para melhorar a área de tecnologia do banco.
Além do Besc, o BB também negocia a incorporação da Nossa Caixa, de São Paulo, e do BRB (Banco de Brasília), do Distrito Federal.
Segundo Mendes, o acerto com o banco paulista é o que está mais próximo, pois depende apenas da definição de um preço que seja aceito por ambas as partes, o que não tem data para acontecer.
No caso do BRB, porém, o negócio ainda está em fase de análise, pois uma auditoria nas contas do banco do Distrito Federal está em andamento para avaliar a real situação financeira da instituição.


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