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TRANSE LATINO
Greenspan diz, no texto "A Riqueza das Nações Revisitada", que Brasil e Argentina enfrentam instabilidade
Para Fed, México e Chile são "ilhas" estáveis
DA REDAÇÃO
A América Latina vive sob
grande instabilidade, mas dois
países permanecem estáveis, "relativamente ilhados" na região:
México e Chile. A análise é da
principal autoridade monetária
do planeta, Alan Greenspan, o
presidente do Federal Reserve
(banco central dos EUA).
Greenspan, em um discurso
preparado para uma conferência
de diretores de bancos centrais no
México, afirmou que alguns países implantaram reformas que
lhes propiciaram crescimento e
estabilidade. Entre casos mundiais de sucesso, o presidente do
Fed destacou o México. Já Argentina e Brasil foram mencionados
como países problemáticos.
"Enquanto a Argentina, o Brasil
e outros países da região experimentam instabilidades econômicas, o México e o Chile permanecem relativamente ilhados, refletindo a confiança dos mercados
no compromisso desses países
com políticas coerentes", afirmou
Greenspan, no único trecho em
que cita o Brasil no discurso.
Em um texto intitulado "A Riqueza das Nações Revisitada", referência ao clássico econômico do
escocês Adam Smith, Greenspan
debateu rapidamente a busca dos
economistas, nos últimos 200
anos, pela resposta ao que "é provavelmente a principal questão
macroeconômica: Por que uma
economia cresce?". A íntegra do
discurso pode ser lida no site do
Fed (www.federalreserve.gov).
Greenspan fez uma apologia da
liberalização: "A análise econômica moderna confirmou muito do
que Adam Smith inferiu. Os economistas atuais apontam para
três importantes aspectos que influenciam o crescimento: abertura comercial e integração ao resto
do mundo; qualidade da infra-estrutura institucional; e sucesso
das autoridades na implementação de políticas necessárias à estabilidade macroeconômica".
"Políticas deletérias"
Segundo Greenspan, a América
Latina oferece, ao mesmo tempo,
bons exemplos dos "efeitos deletérios" da instabilidade macroeconômica e dos "benefícios da
adoção de políticas coerentes".
Disse que a região obteve avanços importantes, e exemplificou: a
inflação caiu, as economias tornaram-se mais abertas e os mercados financeiros se aprimoraram.
Mas, em seguida, notou que, recentemente, apenas México e
Chile permaneceram protegidos
em suas "ilhas de estabilidade".
"O México é um caso particularmente interessante", disse.
"Nas duas décadas anteriores a
1995, o país enfrentou crises severas. Mas, com Nafta [Acordo de
Livre Comércio da América do
Norte], câmbio flutuante, política
fiscal estável e inflação menor, a
vulnerabilidade mexicana parece
ter caído bastante."
Greenspan disse que o país é
visto hoje como um "porto seguro" para investidores. Para o presidente do Fed, o México soube tirar proveito do livre comércio.
Durante os anos 80, lembrou
Greenspan, as exportações mexicanas, excluindo petróleo, representavam 5% do PIB (Produto Interno Bruto). No ano passado, tal
percentual já era de 24%. Mas o
presidente do Fed não tocou num
ponto delicado: o México é muito
dependente dos EUA e sofre os
efeitos da freada do vizinho.
Fraga pede confiança
Na mesma conferência, o presidente do BC, Armínio Fraga, disse
que são "exagerados" os temores
dos investidores internacionais a
respeito de "mudanças drásticas".
O presidente do BC disse que a
economia brasileira crescerá 1,5%
neste ano e pediu um "voto de
confiança" para o novo governo.
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