São Paulo, domingo, 13 de novembro de 2005

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MADE IN CEARÁ

Confecção arrecada R$ 2,5 milhões por mês com produção de 80 mil peças para grifes

De Maracanaú para Moschino e DKNY

Gustavo Pellizzon/Folha Imagem
Funcionários trabalham na fábrica Diana Poulucci, em Maracanaú


KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MARACANAÚ (CE)

Marcas internacionais como Moschino, DKNY, de Donna Karan, Wearplay, Zara, Pull & Bear e Stradivarius são clientes da fábrica Diana Paolucci, que há cinco anos decidiu deslocar sua produção de moda para o Ceará por causa de vantagens fiscais e logísticas.
Com 373 funcionários no Distrito Industrial de Maracanaú, a empresa fatura cerca de R$ 2,5 milhões por mês só com moda, com uma produção que chega a 80 mil peças mensais e que só não está maior por causa do valor baixo do dólar.
"Não vale a pena produzir mais com essa instabilidade na economia. Temos prejuízo", disse Renato Duarte, diretor da empresa no Ceará.
A filial cearense é uma das 39 da indústria, criada em 1953, em São Paulo, mas já é a mais produtiva da rede.
Além de moda, a Diana Polucci produz uniformes e outros artigos para uso profissional e disputa licitações públicas, como nas Forças Armadas, nos Correios e em outros órgãos. Fardas do Exército são confeccionadas em outras unidades da empresa pelo país, por exemplo.
Da fábrica em Maracanaú (a 18 km de Fortaleza), município criado no início dos anos 1980 para concentrar o principal parque industrial do Ceará, as peças já saem mais caras do que o habitual, pela quantidade de lavagens, bordados, efeitos exclusivos e número reduzido de modelos feitos sob encomenda.
Um exemplo: uma calça da grife holandesa Depi, voltada à classe média alta, sai do Estado custando até 30, cerca de R$ 75. Nas lojas em Amsterdã, o preço ao consumidor chega a mais de 250 (R$ 640).

China
"Com a China ninguém mexe, a produtividade lá é bem mais elevada. Temos, então, que priorizar a qualidade dos produtos e a exclusividade, o trabalho das peças, para torná-las diferentes, mais atrativas ao mercado de luxo", disse Duarte. Segundo ele, o maior concorrente do Brasil nesse mercado é Marrocos.
As peças já saem da fábrica etiquetadas, com bordados estilizados, prontas para a venda.
As defeituosas, na maioria das vezes, são vendidas pela empresa no Ceará mesmo, como peças de segunda linha. Antes disso, porém, são retiradas todas as referências da marca original. Segundo Duarte, porém, há grifes, como a Levi's, que exigem que as roupas sejam incineradas com supervisão.


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