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"Que crise?", pergunta líder mundial da Fiat
MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A ROMA
"Crise, que crise?" Essa
foi a reação do presidente
mundial da Fiat, Sergio
Marchionne, ao ser questionado sobre o possível
impacto das turbulências
financeiras globais nos investimentos da empresa
no Brasil.
Marchionne foi um dos
cinco empresários italianos com quem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
se reuniu ontem, na embaixada do Brasil em Roma. Também estiveram
com Lula os presidentes
da empresa de energia
Enel, da Telecom Itália e
da Legacoop, uma cooperativa italiana.
Marchionne não escondeu o otimismo em relação à economia brasileira.
"Temos que ser cautelosos
para não confundir o Brasil com o resto do mundo",
disse o empresário. "Vocês
não têm a crise financeira
que Estados Unidos e Europa têm. De todos os lugares do mundo para estarmos hoje, o Brasil não é
um mau lugar."
Apesar de reconhecer
que a Fiat está revendo
seus investimentos, afirmou que nenhum deles será adiado no Brasil.
Para Marchionne, a "estrutura da crise" no Brasil,
onde pesam as oscilações
cambiais, é "fundamentalmente" diferente da de outros países, como os EUA.
A previsão de Marchionne é que a crise para
o Brasil não será longa. "É
um problema temporário,
não de natureza global, como em outros países", disse. Para ele, as condições
de crédito poderão voltar
ao normal dentro de 90
dias.
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