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Argentinos protestam com panelaço e fecham centro de Buenos Aires
DE BUENOS AIRES
Ruas do centro de Buenos Aires
foram tomadas por centenas de
argentinos inconformados com a
política econômica do governo
De la Rúa. No fim da manhã de
ontem, os comerciantes baixaram
suas portas e marcharam, batendo em panelas, até a sede do governo. Horas depois, o protesto
da central dos trabalhadores bloqueava a saída do Congresso.
As manifestações foram o ensaio da greve geral convocada pelas centrais sindicais para hoje. O
protesto dos comerciantes foi
motivado pela queda nas vendas
ocorrida na semana posterior à
decisão do governo de proibir saques superiores a US$ 250 no dia
1º. As vendas despencaram até
80% no pequeno comércio.
Para o início da noite de ontem,
os comerciantes prometeram
continuar com os protestos, realizando um apagão e desligando todas as linhas telefônicas.
"Não é mais possível. Esse governo nos levou à ruína e continua tirando o pouco que nos resta", dizia Jorge Arrúa, dono de
uma papelaria no centro de Buenos Aires cujos negócios caíram
pela metade desde a restrição de
saques feita pelo governo.
O aumento da tensão no país fez
a polícia argentina encontrar no
início da manhã sete táxis e um
caixa eletrônico incendiados.
As duas dissidências da CGT
(Central Geral dos Trabalhadores) ameaçam convocar outra
greve geral, esta de 48h, para a
próxima semana. O líder da CGT
dissidente, Hugo Moyano, exige
que o Congresso tire os superpoderes dados ao ministro da Economia, Domingo Cavallo, para
conduzir a política econômica.
Com todo esse clima negativo
para o governo, senadores do partido do presidente De la Rúa, a
UCR, propuseram o aumento de
impostos para o próximo ano.
No mercado, o risco-país cedeu
um pouco e fechou em 4.081 pontos básicos. O Merval, principal
índice da Bolsa argentina, fechou
com alta de 1,2%.
(FV)
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