São Paulo, quinta-feira, 13 de dezembro de 2001

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Argentinos protestam com panelaço e fecham centro de Buenos Aires

DE BUENOS AIRES

Ruas do centro de Buenos Aires foram tomadas por centenas de argentinos inconformados com a política econômica do governo De la Rúa. No fim da manhã de ontem, os comerciantes baixaram suas portas e marcharam, batendo em panelas, até a sede do governo. Horas depois, o protesto da central dos trabalhadores bloqueava a saída do Congresso.
As manifestações foram o ensaio da greve geral convocada pelas centrais sindicais para hoje. O protesto dos comerciantes foi motivado pela queda nas vendas ocorrida na semana posterior à decisão do governo de proibir saques superiores a US$ 250 no dia 1º. As vendas despencaram até 80% no pequeno comércio.
Para o início da noite de ontem, os comerciantes prometeram continuar com os protestos, realizando um apagão e desligando todas as linhas telefônicas.
"Não é mais possível. Esse governo nos levou à ruína e continua tirando o pouco que nos resta", dizia Jorge Arrúa, dono de uma papelaria no centro de Buenos Aires cujos negócios caíram pela metade desde a restrição de saques feita pelo governo.
O aumento da tensão no país fez a polícia argentina encontrar no início da manhã sete táxis e um caixa eletrônico incendiados.
As duas dissidências da CGT (Central Geral dos Trabalhadores) ameaçam convocar outra greve geral, esta de 48h, para a próxima semana. O líder da CGT dissidente, Hugo Moyano, exige que o Congresso tire os superpoderes dados ao ministro da Economia, Domingo Cavallo, para conduzir a política econômica.
Com todo esse clima negativo para o governo, senadores do partido do presidente De la Rúa, a UCR, propuseram o aumento de impostos para o próximo ano.
No mercado, o risco-país cedeu um pouco e fechou em 4.081 pontos básicos. O Merval, principal índice da Bolsa argentina, fechou com alta de 1,2%. (FV)



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