São Paulo, quinta-feira, 13 de dezembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CONJUNTURA

Estudo da Confederação Nacional da Indústria estima que país deve crescer 2,2% em 2002 e apenas 1,8% este ano

Brasil vai crescer 3% neste ano, diz FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse, durante almoço no Clube Naval de Brasília, com os oficiais-generais promovidos, que a taxa de crescimento do país chegará a 3% neste ano. Segundo ele, o país terá "seguramente" um crescimento acima de 2%. O presidente não arriscou palpites para 2002.
FHC disse que sonhava com uma taxa de crescimento de 4,5% ou 5% no início do ano, mas não foi possível, segundo ele, por causa da crise de energia, pela recessão das principais economias do mundo e pelos problemas na economia argentina.
O presidente afirmou que, após o país sofrer o risco de contágio pela crise argentina e ser punido pelo mercado financeiro durante meses, conseguiu superar essa fase, o que pôde ser percebido nas duas últimas semanas.

Estudo da CNI
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) estima crescimento de 2,2% para a economia brasileira em 2002, segundo avaliação do estudo "Economia Brasileira: Desempenho e Perspectivas", divulgado ontem. Neste ano, o crescimento deverá ficar em 1,8%.
De acordo com os cenários traçados pela CNI, o crescimento da economia será moderado nos primeiros meses do ano. A maior contribuição para a expansão virá da agricultura. Na indústria, a produção deverá crescer 1,6%.
A ocorrência de recessão mais intensa nos EUA, no entanto, pode colocar em risco a aposta de crescimento. Isso porque haveria redução nas exportações, e o crescimento poderia estacionar em menos de 2%.
Uma piora no cenário argentino também é apontada como fator de risco para o Brasil e poderia ser motivo para a elevação da taxa de juros, atualmente em 19%.
Sem a deterioração do quadro na Argentina, a tendência é de queda nas taxas para 17% até o final do próximo ano. A taxa média anual, segundo a CNI, deverá ficar em 18% em 2002.
Ontem, o presidente da CNI, Fernando Bezerra, criticou a política monetária do governo. "É uma taxa de juros que nos envergonha. É preciso pensar além da meta de inflação. Não é possível continuar com essa taxa, que está exagerada", afirmou.
O documento estima em uma taxa média anual do dólar próxima a R$ 2,50 em 2002. A expectativa é que haja menor volatilidade cambial em 2002 em relação a este ano. O saldo comercial, avalia a CNI, devera ser de U$ 4,3 bilhões em 2002.



Texto Anterior: Panorâmica - Desemprego: Correio britânico estuda corte de 30 mil vagas
Próximo Texto: Para Fiesp, trabalhador "caro" fez indústria paulista demitir 35 mil
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.