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CONJUNTURA
Estudo da Confederação Nacional da Indústria estima que país deve crescer 2,2% em 2002 e apenas 1,8% este ano
Brasil vai crescer 3% neste ano, diz FHC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse, durante almoço no Clube Naval de Brasília,
com os oficiais-generais promovidos, que a taxa de crescimento
do país chegará a 3% neste ano.
Segundo ele, o país terá "seguramente" um crescimento acima de
2%. O presidente não arriscou
palpites para 2002.
FHC disse que sonhava com
uma taxa de crescimento de 4,5%
ou 5% no início do ano, mas não
foi possível, segundo ele, por causa da crise de energia, pela recessão das principais economias do
mundo e pelos problemas na economia argentina.
O presidente afirmou que, após
o país sofrer o risco de contágio
pela crise argentina e ser punido
pelo mercado financeiro durante
meses, conseguiu superar essa fase, o que pôde ser percebido nas
duas últimas semanas.
Estudo da CNI
A CNI (Confederação Nacional
da Indústria) estima crescimento
de 2,2% para a economia brasileira em 2002, segundo avaliação do
estudo "Economia Brasileira: Desempenho e Perspectivas", divulgado ontem. Neste ano, o crescimento deverá ficar em 1,8%.
De acordo com os cenários traçados pela CNI, o crescimento da
economia será moderado nos primeiros meses do ano. A maior
contribuição para a expansão virá
da agricultura. Na indústria, a
produção deverá crescer 1,6%.
A ocorrência de recessão mais
intensa nos EUA, no entanto, pode colocar em risco a aposta de
crescimento. Isso porque haveria
redução nas exportações, e o crescimento poderia estacionar em
menos de 2%.
Uma piora no cenário argentino
também é apontada como fator
de risco para o Brasil e poderia ser
motivo para a elevação da taxa de
juros, atualmente em 19%.
Sem a deterioração do quadro
na Argentina, a tendência é de
queda nas taxas para 17% até o final do próximo ano. A taxa média
anual, segundo a CNI, deverá ficar em 18% em 2002.
Ontem, o presidente da CNI,
Fernando Bezerra, criticou a política monetária do governo. "É
uma taxa de juros que nos envergonha. É preciso pensar além da
meta de inflação. Não é possível
continuar com essa taxa, que está
exagerada", afirmou.
O documento estima em uma
taxa média anual do dólar próxima a R$ 2,50 em 2002. A expectativa é que haja menor volatilidade
cambial em 2002 em relação a este
ano. O saldo comercial, avalia a
CNI, devera ser de U$ 4,3 bilhões
em 2002.
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