|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo fará plano de longo prazo para obras
Planalto quer criar mecanismo para sinalizar a investidores privados que projetos prioritários não ficarão sem recursos
Medida poderá ser adotada a partir de 2008, segundo Dilma; ontem Lula se reuniu com 11 ministros para discutir infra-estrutura
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo pretende criar um
mecanismo para garantir recursos a obras consideradas
prioritárias enquanto não forem concluídas. A medida deverá vir por meio da criação de
um orçamento plurianual de
investimentos, que terá previsão de liberação de recursos
durante todo o período de execução do projeto.
"Vamos sinalizar para o setor
privado um processo mais
transparente, seguro e sistemático de gastos", disse a ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil). O
objetivo da mudança, discutida
ontem em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
é dar mais segurança às empresas de que não haverá interrupção dos recursos. A medida poderá ser implementada a partir
de 2008.
"Não é possível fazer investimentos por soluços. É melhor
manter um patamar constante,
claro, com regras muito definidas e que tenha horizonte. As
empresas que ganham projetos
embutem [no custo] o risco das
interrupções. Você tem uma
obra muito mais cara se fizer
ela assim", disse. Segundo ela, o
ideal seria ter um horizonte de
quatro anos para os gastos com
as obras.
Ontem o presidente Lula se
reuniu com 11 ministros de Estado para tratar das obras de infra-estrutura. A reunião durou
o dia todo. À noite, Dilma deu
entrevista para explicar o que
foi discutido. Segundo ela, foram analisados, obra a obra,
projetos em transportes (ferrovias, rodovias, hidrovias, portos
e aeroportos), energia (exploração de petróleo e gás natural,
geração de energia elétrica,
construção de gasodutos e refinarias e estrutura de escoamento de etanol) e saneamento
entre 2007 e 2010.
Ela informou que o presidente avaliou os projetos, que agora estão em "fase de consolidação". Dilma deu por concluída a
etapa de definir os projetos
prioritários, mas não informou
a data em que serão divulgados.
O pacote de medidas para estimular o crescimento deve ser
anunciado no próximo dia 20.
A ministra informou que foram dadas prioridades a obras
que acabem com gargalos que
prejudicam a competitividade
do país, projetos que tratam de
integrar e estruturar regiões e
que sejam realizadas em regiões que estejam economicamente deprimidas. Para cada
obra, foi analisado se já havia
estudo de viabilidade técnica e
econômica, projeto básico e
projeto executivo. Foi analisada a necessidade de licença ambiental e outras pendências.
Em relação aos projetos que
já estão em andamento, foi verificado o cumprimento do cronograma das obras. No caso da
energia, Dilma informou que
houve um grande enfoque no
gás, para aumentar a independência do país e evitar riscos de
racionamento no futuro. No caso das usinas de geração termelétrica, o governo analisou o
cronograma de conversão de
sete usinas para bicombustível
(podem gerar tanto com óleo
como com gás natural).
Gastança
Apesar da necessidade de investimentos, públicos e privados, Dilma afirmou que o governo manterá compromisso
com a política fiscal. "Nós temos um compromisso grande
com a robustez fiscal, com a garantia de uma política bastante
consistente e sólida no que se
refere ao gasto público. Não somos a favor de nenhum processo de gastança", afirmou.
Texto Anterior: Seguro obrigatório para carro sobe 11% em 2007 Próximo Texto: Mínimo de R$ 375 passa na Comissão Mista de Orçamento Índice
|