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COMBUSTÍVEIS
Alíquota caiu de 9% para 6% para cumprir acordo do Mercosul
Governo reduz o Imposto de Importação de petróleo
da Sucursal de Brasília
O governo reduziu ontem de
9% para 6% a alíquota do Imposto de Importação de petróleo e
seus derivados. A redução, adotada para cumprir acordo feito no
âmbito do Mercosul, vai gerar receita mensal de R$ 55 milhões ou
de R$ 660 milhões anuais para o
saldo da conta-petróleo.
A conta-petróleo é um fundo
criado pelo governo com o objetivo de reduzir parte do custo de
importação para o consumidor
doméstico. Isto é, funciona como
um subsídio dado pelo Tesouro
Nacional. Neste ano, o governo
espera arrecadar cerca de R$ 3,5
bilhões com a conta-petróleo.
A receita que será obtida com a
mudança publicada ontem no
"Diário Oficial" da União corresponde a quase 20% da arrecadação prevista para a conta-petróleo
no ano. A redução do imposto deve fazer com que a conta-petróleo
volte a ter superávit, revertendo,
portanto, o déficit registrado nos
dois últimos meses de 99.
De acordo com nota divulgada
ontem pelos ministérios da Fazenda e de Minas e Energia, a redução do imposto deve provocar
queda de 2,13% em média nos
preços do querosene de aviação
(para vôos internacionais) e de
0,5% em média nos preços dos
óleos combustíveis já neste mês.
A redução do imposto não terá
qualquer impacto no preço ao
consumidor dos demais derivados de petróleo. Em alguns Estados os preços da gasolina e do álcool hidratado poderão cair devido à redução na base de cálculo
do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)
sobre esses produtos.
No caso da gasolina, o governo
espera uma redução de preço para o consumidor que pode variar
de 0,4%, caso de Santa Catarina,
até 4,3%, caso do Rio de Janeiro.
Para o álcool hidratado, os preços
poderão cair de 3% (Amazonas)
até 4,3% (Goiás). No caso de São
Paulo, o governo ainda está estudando se modifica a base de cálculo do ICMS. Ou seja, por enquanto não há redução nem aumento de preços.
O secretário de Acompanhamento Econômico, Claudio Considera, disse que a redução dos
preços da gasolina e do álcool estava prevista desde dezembro,
quando alguns Estados assinaram
convênio para reduzir a base de
cálculo do ICMS sobre esses produtos. O convênio entrou em vigor no começo de janeiro.
Com relação ao aumento de recursos para a conta-petróleo, ele
afirmou que isso já estava contabilizado na receita total estimada
para este ano. Em 99, o governo
optou por não repassar para os
consumidores o aumento total do
custo de importação, o que reduziu o saldo da conta-petróleo.
Os consumidores de Rondônia
e de Roraima, porém, vão pagar
mais pelo óleo diesel e pelo GLP
(Gás Liquefeito de Petróleo). Por
decisão dos governos estaduais, o
preço do diesel subiu 3,8% em
Rondônia no começo deste mês.
No mesmo período, em Roraima,
o preço do gás aumentou 17%.
(VIVALDO DE SOUZA e ISABEL VERSIANI)
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