São Paulo, quarta, 14 de janeiro de 1998.



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Conar abre processo sobre anúncio da Duloren

da Reportagem Local

O Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) abriu ontem um processo contra um anúncio do fabricante de lingerie Duloren, publicado no final de semana pela revista "Istoé", que mostra uma mulher sendo ameaçada de estupro e um slogan defendendo o aborto.
O processo foi aberto depois que o Conar recebeu uma carta de José Gregori, secretário nacional de Direitos Humanos, na qual ele se diz "chocado" com o anúncio da Duloren, criado pela agência Doctor, do Rio, por considerar que mostra uma cena de violência contra as mulheres com o único objetivo de vender.
Esta não é a primeira vez que uma campanha da Duloren, o maior fabricante de lingerie do país, é alvo de processos no Conar. Em 1997, foram processados outros dois anúncios, sendo um deles o veiculado na época do Natal, mostrando um Papai Noel nu sendo rejeitado por uma mulher, que ainda não foi julgado.
O Conar nomeou um relator que fará um parecer sobre o caso, a ser apreciado pelo conselho de ética da entidade, provavelmente na sua próxima reunião, diz o presidente em exercício, Gilberto Leifert.
Ele decidiu não suspender o anúncio porque acha que, antes de qualquer medida, devem ser ouvidos anunciante e agência, que terão cinco dias úteis para apresentar sua defesa. Além disso, seria preciso debater "até que ponto o escândalo é o efeito pretendido pelo anunciante".
Roni Argalji, presidente da Duloren, disse que ficou surpreso com a ação de Gregori porque seu objetivo foi defender o aborto no caso de estupro. "Retratamos a realidade brasileira."



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