São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

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Mercado Aberto

@ - guilherme.barros@uol.com.br

Consultoria põe em dúvida estratégia do BC

A estratégia do Banco Central de combater a valorização do real por meio de um reforço de suas operações de intervenção do câmbio gera dúvidas, caso se mantenha isolada, sobre se terá eficácia duradoura.
A avaliação é da LCA Consultores, do economista Luciano Coutinho, em texto preparado para os seus clientes. A consultoria diz que o nó da questão, hoje, do ponto de vista das variáveis macroeconômicas, diz respeito ao câmbio e, por extensão, à taxa básica de juros.
A tendência é que deverá continuar o processo de valorização do real, diante dos diversos sinais otimistas emitidos pela economia brasileira e do cenário externo altamente favorável. O desafio é gerir a bonança com critério.
Para a consultoria, a mais recente decisão do Copom e a ata também contribuíram para essa sinalização.
A LCA aponta medidas que favoreçam uma trajetória do câmbio em direção a um patamar mais competitivo. Entre elas, sugere uma redução mais rápida da Selic em relação à trajetória projetada pelo mercado e uma intervenção cambial mais intensa do que a que se tem verificado hoje, mesmo que implique custos fiscais e pressione moderada e transitoriamente a inflação.
O documento da LCA também levanta dúvidas sobre a eficácia do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Segundo o texto, também é duvidoso que o PAC possa se revelar, por si só, suficiente para estimular uma aceleração do investimento privado e, portanto, do crescimento.
Para a consultoria, além dos vários entraves (políticos, burocráticos, jurídicos), também se deve levar em conta que o êxito do programa depende de gerar confiança e mobilização do setor privado. "Este último requisito é perturbado pelo nível atual de juros e, sobretudo, pela posição presente e as perspectivas preocupantes da taxa de câmbio."
De acordo com a LCA, o surto de importações do ano passado, que subtraiu mais de um ponto percentual de crescimento do PIB, é evidência de que o nível atual do câmbio emite uma sinalização deletéria para as expectativas de vários setores empresariais.

Capitalização atinge R$ 11,2 bi no ano passado

O último ano foi encerrado com um acúmulo de R$ 11,2 bilhões em reservas no mercado de títulos de capitalização. O valor representa um crescimento de 6,6% na comparação com o ano anterior. O mercado faturou R$ 7,1 bilhões no ano -3% a mais que 2005- e R$ 663,2 milhões em dezembro.
Para 2007, as previsões do mercado são ainda mais otimistas: ampliação de 7,7% nas reservas e de 4,7% no faturamento sobre 2006.
"As companhias do setor estão atuando em sintonia e se dedicando à formatação de produtos que atingem diretamente as necessidades dos consumidores", avalia Neival Rodrigues Freitas, diretor de capitalização da Fenaseg (federação de seguros privados e capitalização).
Na classificação nacional, o Estado de São Paulo fecha 2006 na primeira colocação, com R$ 2,6 bilhões de faturamento e 37,4% de participação de mercado.
O Rio de Janeiro se mantém na segunda posição, com R$ 773,2 milhões de receita e 10,9% de presença. O Estado de Minas Gerais ocupa o terceiro lugar, com R$ 631,8 milhões de faturamento e 8,9% do mercado.

CARNAVAL DE TAXAS
Grande parte do que é pago para comprar itens que fazem o Carnaval -confete e serpentina, por exemplo- representa impostos. "A tendência é que o a tributação desses itens aumente quanto mais distante eles estiverem dos produtos de primeira necessidade", explica Alberto Brumatti Júnior, da RCS Auditoria e Consultoria, que fez pesquisa sobre o tema.

ONU
O superintendente do Instituto Superior de Administração e Economia da FGV, Norman Arruda Filho, vai integrar força-tarefa da ONU para desenvolver princípios do "Global Compact".

SAÚDE NO SALÃO
As vendas de preservativos, produtos para disfunção erétil, antiácidos, digestivos e ativadores hepáticos devem aumentar 30% no Carnaval. A estimativa é da Droga Raia.

ENCONTRO
Paulo Godoy, presidente da Abdib, e Demian Fiocca, presidente do BNDES, têm conversada marcada para hoje, no Rio. Na pauta, o apoio do banco ao PAC, composto por projetos de infra-estrutura. Godoy levará a Fioca uma visão dos empresários do setor -bastante positiva- sobre as ações do BNDES nos últimos dois anos, que reduziu custos de capital aos investidores, criou linhas específicas para alguns mercados e definiu regras para financiamentos em "project finance".

COMANDATUBA
Tarso Genro (Relações Institucionais) e Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, já confirmaram a João Doria presenças no Fórum de Comandatuba, de 19 a 22 de abril. São esperados 320 empresários.

EXPORTAÇÃO
O Banco do Brasil reduziu as taxas de juros da linha de crédito Proger Exportação. Os encargos, que variavam de 5,33% a 5,90% ao ano, agora estão em 5,15% a 5,65% ao ano, mais a TJLP.

A VOLTA DE UMA LENDA
Depois de dois anos fora do país, a Rolls-Royce retorna ao Brasil com o modelo Phantom no empreendimento Parque Cidade Jardim, no Morumbi, em São Paulo. O veículo que marca o retorno é preto metálico, com rodas de alumínio de 21 polegadas. No interior, couro natural nas cores preto e cinza claro e tapetes de lã de carneiro. O carro tem itens personalizados, como o logotipo Rolls-Royce bordado em cinza claro nos quatro encostos de cabeça. O mimo para o consumidor no Brasil é de cerca de US$ 333.350, sem impostos ou frete. "Acreditamos que a América Latina será um mercado importante. Dentro da região, o Brasil se destaca. E, dentro do país, focamos em São Paulo", diz WolfAxel Pannes, gerente-geral de desenvolvimento de negócios da Rolls-Royce Motor Cars.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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