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São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2003

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MERCADO GLOBAL

Suposta rendição de iraquianos detona onda de valorização

Boato e pechinchas inflam Bolsas na Europa e nos EUA

DA REDAÇÃO

Depois de terem caído ao mais baixo nível em seis anos, as ações européias tiveram ontem uma das mais acentuadas altas, para um único dia, da história. A Bolsa de Londres registrou o maior ganho desde o "crash" de 1987.
Os recentes recordes de baixa tornaram os preços de alguns papéis bastante atraentes, mas a névoa de incertezas em relação ao Iraque e ao desempenho econômico dos países ricos mantém os investidores afastados das Bolsas. A disparada de ontem, explicada em parte pela caça de pechinchas, foi impulsionada pelo rumor de que oficiais iraquianos estariam dispostos a ceder ante a pressão dos EUA e do Reino Unido.
A perspectiva do fim da tensão estimulou os investidores. Mas, para os analistas, a recuperação pode ter vida curta. De resto, o Departamento de Estados dos EUA negou a notícia de que os militares iraquianos estariam negociando sua rendição.
"Continuamos bastante cautelosos", afirmou Saul Henry, do banco de investimentos UBS Warburg. "Qualquer alta que tivermos nos próximos dias não deverá se sustentar."
O índice FTSE, da Bolsa de Londres, fechou em alta de 6,1%. Trata-se do segundo maior ganho percentual da história e o mais acentuado em mais de 15 anos.
Os mercados globais atingiram seus picos em 2000, catapultados pela euforia com a nova economia. Desde então, passam por um acentuado declínio. Frankfurt, por exemplo, que passou de 7.000 pontos, oscila hoje em torno de 2.200 pontos -um tombo de quase 70%.
No dia, o mercado alemão, que recuara ao menor nível desde 95, registrou uma expressiva alta de 6,9%. Paris subiu 6,3%.
Entre os ganhadores estiveram as seguradoras. Em caso de guerra, essas empresas deverão amargar prejuízos, por isso seus papéis perderam valor recentemente.
"Há bons preços no mercado. Você não precisa ter o cérebro de Warren Buffet para encontrar as pechinchas", disse Neil Thapar, da corretora Durlacher, fazendo uma referência ao megainvestidor norte-americano.
O dia foi positivo também no mercado norte-americano. O índice Dow Jones teve valorização de 3,57%, e a Nasdaq, 4,81%.
O ouro, investimento procurado em épocas de incerteza, perdeu terreno, enquanto o dólar se valorizou. Houve também uma queda nos títulos públicos.


Com agências internacionais


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