UOL


São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

COMBUSTÍVEIS

Álcool poderá faltar em maio, dizem usineiros

FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM ARAÇATUBA

Representantes dos usineiros e do governo admitiram ontem a possibilidade de faltar álcool nos postos de combustíveis a partir de maio, por conta de um possível atraso na entrega de 600 milhões de litros, prevista para abril.
A entrega é um dos itens do acordo feito entre o governo e o setor em 15 de janeiro e ratificado em 6 de fevereiro.
Em discurso para 200 empresários do setor, durante uma feira de agronegócios, em Araçatuba, o presidente da Unica (União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo), Eduardo Pereira de Carvalho, disse que a região Centro-Sul conseguiu, até agora, somente 250 milhões dos 450 milhões de litros de álcool da cota que se comprometeu a repassar ao governo para o abastecimento interno.
A região é a maior produtora do país. Ela foi responsável pela produção de 12,5 bilhões dos 13,7 bilhões de litros produzidos na última safra. Mas, segundo Carvalho, 20% dos usineiros, responsáveis pela produção dos 150 milhões de litros restantes, se recusam a assinar os contratos de fornecimento.
Carvalho disse que o tempo para adesão está esgotando. Segundo ele, na segunda-feira termina o prazo para o setor entregar ao governo a lista dos usineiros que assinaram os contratos e o volume de produção de cada um. Os que não assinaram, de acordo com ele, terão seus nomes incluídos numa lista e serão punidos pelo próprio setor e pelo governo.
O diretor do Departamento de Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ângelo Bressan, presente ao encontro, disse que a produção é suficiente para abastecer o mercado até final de abril ou começo de maio, mas espera que o setor cumpra o acordo feito com o governo e que a população não sofra com o desabastecimento. Para ele, essa possibilidade existe, embora seja remota.
"O ministro [da Agricultura, Roberto Rodrigues" já manifestou a posição do governo sobre o assunto, caso o acordo não seja cumprido." Na terça-feira, Rodrigues chamou de "malandros" os usineiros que não cumprem o acordo e disse que o governo intervirá no setor para puni-los.


Texto Anterior: "Bush vai invadir", ironiza Dutra
Próximo Texto: Panorâmica - Sistema financeiro: Senado aprova diretores do Banco Central
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.