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COMBUSTÍVEIS
Álcool poderá faltar em maio, dizem usineiros
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM ARAÇATUBA
Representantes dos usineiros e
do governo admitiram ontem a
possibilidade de faltar álcool nos
postos de combustíveis a partir de
maio, por conta de um possível
atraso na entrega de 600 milhões
de litros, prevista para abril.
A entrega é um dos itens do
acordo feito entre o governo e o
setor em 15 de janeiro e ratificado
em 6 de fevereiro.
Em discurso para 200 empresários do setor, durante uma feira
de agronegócios, em Araçatuba, o
presidente da Unica (União da
Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo), Eduardo Pereira de Carvalho, disse que a região Centro-Sul conseguiu, até
agora, somente 250 milhões dos
450 milhões de litros de álcool da
cota que se comprometeu a repassar ao governo para o abastecimento interno.
A região é a maior produtora do
país. Ela foi responsável pela produção de 12,5 bilhões dos 13,7 bilhões de litros produzidos na última safra. Mas, segundo Carvalho,
20% dos usineiros, responsáveis
pela produção dos 150 milhões de
litros restantes, se recusam a assinar os contratos de fornecimento.
Carvalho disse que o tempo para adesão está esgotando. Segundo ele, na segunda-feira termina o
prazo para o setor entregar ao governo a lista dos usineiros que assinaram os contratos e o volume
de produção de cada um. Os que
não assinaram, de acordo com
ele, terão seus nomes incluídos
numa lista e serão punidos pelo
próprio setor e pelo governo.
O diretor do Departamento de
Açúcar e Álcool do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ângelo Bressan, presente
ao encontro, disse que a produção
é suficiente para abastecer o mercado até final de abril ou começo
de maio, mas espera que o setor
cumpra o acordo feito com o governo e que a população não sofra
com o desabastecimento. Para
ele, essa possibilidade existe, embora seja remota.
"O ministro [da Agricultura,
Roberto Rodrigues" já manifestou a posição do governo sobre o
assunto, caso o acordo não seja
cumprido." Na terça-feira, Rodrigues chamou de "malandros" os
usineiros que não cumprem o
acordo e disse que o governo intervirá no setor para puni-los.
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