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Bolsa sobe 5% em semana de destaque para o varejo
NY avança 9% no período; dólar recua para R$ 2,30
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar da baixa de ontem, a
Bovespa encerrou a semana
com valorização acumulada de
5,15%. Os ganhos no período,
marcado pelo resultado decepcionante do PIB e o expressivo
corte na taxa básica de juros, fizeram a Bolsa de Valores de São
Paulo passar a registrar alta no
mês, de 2,18%.
Se dependesse do setor varejista, a Bovespa teria tido ontem melhor sorte. Porém, em
meio ao fraco desempenho dos
papéis de maior peso do mercado, a Bolsa acabou por registrar
baixa de 0,35% ontem.
A divulgação pelo IBGE de
que as vendas do varejo tiveram
aumento de 1,4% em janeiro
sobre dezembro surpreendeu o
mercado. Os papéis do setor,
que já haviam ganhado maior
atratividade com o aprofundamento do processo de redução
dos juros, destacaram-se no
pregão.
Na semana, entre as maiores
valorizações do índice Ibovespa, apareceram: Lojas Americanas PN, com apreciação de
24,02%; Lojas Renner ON, que
subiu 11,48%; e B2W Varejo ON
(empresa que nasceu da fusão
entre Submarino e Americanas.com), com ganhos de
11,11% no período.
"Sem dúvida alguma é uma
boa notícia o resultado no volume de vendas no país ter aumentado. No entanto, não podemos deduzir com isso que,
uma vez que os estoques estejam baixos, os pedidos industriais vão voltar ao normal, numa tentativa de recompor a
oferta global. Essa leitura da
economia brasileira seria um
tanto quanto equivocada no
atual momento", avalia Pedro
Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Corretora.
A recuperação da Bolsa na semana beneficiou papéis de diversos segmentos. Tanto que,
das 66 ações que formam o Ibovespa (índice que reúne as
ações das companhias de maior
liquidez), 58 terminaram o período com valorização.
A alta do pregão de terça-feira, quando subiu 5,59%, foi decisiva para o resultado semanal
da Bovespa. Nesse dia, o mercado internacional respirou embalado pela informação de que
o Citigroup -uma das mais importantes instituições financeiras dos Estados Unidos- se
mostrou lucrativo no primeiro
bimestre deste ano.
Ontem o mercado norte-americano teve desempenho
melhor que o local -o índice
Dow Jones terminou com alta
de 0,75%. O mesmo ocorreu no
acumulado da semana: o principal índice acionário de Wall
Street teve valorização de 9%,
no que foi sua melhor semana
desde novembro.
À espera da reunião da Opep
(Organização dos Países Exportadores de Petróleo) no fim
de semana, o petróleo fechou
em baixa ontem. O barril do
produto registrou queda de
1,66%, cotado a US$ 46,25 em
Nova York.
As ações da Petrobras conseguiram resistir ao recuo do barril do petróleo, apesar de terem
tido ganhos pequenos. No pregão de ontem, Petrobras PN subiu 0,54%, e Petrobras ON teve
alta de 0,29%.
Quem levou a Bovespa a fechar no vermelho ontem foram
os papéis do setor de siderurgia
e mineração. Puxadas pelas
queda da gigante Vale -cuja
papel ON recuou 2,65%-, as
ações PN da Gerdau caíram
3,15%, e as ações ON da Companhia Siderúrgica Nacional
perderam 2,88%.
A semana favorável ao mercado acionário também se estendeu ao câmbio. O dólar recuou 3,16% no período e encerrou os negócios de ontem vendido a R$ 2,30.
Durante as operações, a moeda norte-americana bateu na
mínima em R$ 2,278, mas não
se sustentou por muito tempo
nesse baixo patamar.
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