São Paulo, sábado, 14 de março de 2009

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Bolsa sobe 5% em semana de destaque para o varejo

NY avança 9% no período; dólar recua para R$ 2,30

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da baixa de ontem, a Bovespa encerrou a semana com valorização acumulada de 5,15%. Os ganhos no período, marcado pelo resultado decepcionante do PIB e o expressivo corte na taxa básica de juros, fizeram a Bolsa de Valores de São Paulo passar a registrar alta no mês, de 2,18%.
Se dependesse do setor varejista, a Bovespa teria tido ontem melhor sorte. Porém, em meio ao fraco desempenho dos papéis de maior peso do mercado, a Bolsa acabou por registrar baixa de 0,35% ontem.
A divulgação pelo IBGE de que as vendas do varejo tiveram aumento de 1,4% em janeiro sobre dezembro surpreendeu o mercado. Os papéis do setor, que já haviam ganhado maior atratividade com o aprofundamento do processo de redução dos juros, destacaram-se no pregão.
Na semana, entre as maiores valorizações do índice Ibovespa, apareceram: Lojas Americanas PN, com apreciação de 24,02%; Lojas Renner ON, que subiu 11,48%; e B2W Varejo ON (empresa que nasceu da fusão entre Submarino e Americanas.com), com ganhos de 11,11% no período.
"Sem dúvida alguma é uma boa notícia o resultado no volume de vendas no país ter aumentado. No entanto, não podemos deduzir com isso que, uma vez que os estoques estejam baixos, os pedidos industriais vão voltar ao normal, numa tentativa de recompor a oferta global. Essa leitura da economia brasileira seria um tanto quanto equivocada no atual momento", avalia Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Corretora.
A recuperação da Bolsa na semana beneficiou papéis de diversos segmentos. Tanto que, das 66 ações que formam o Ibovespa (índice que reúne as ações das companhias de maior liquidez), 58 terminaram o período com valorização.
A alta do pregão de terça-feira, quando subiu 5,59%, foi decisiva para o resultado semanal da Bovespa. Nesse dia, o mercado internacional respirou embalado pela informação de que o Citigroup -uma das mais importantes instituições financeiras dos Estados Unidos- se mostrou lucrativo no primeiro bimestre deste ano.
Ontem o mercado norte-americano teve desempenho melhor que o local -o índice Dow Jones terminou com alta de 0,75%. O mesmo ocorreu no acumulado da semana: o principal índice acionário de Wall Street teve valorização de 9%, no que foi sua melhor semana desde novembro.
À espera da reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) no fim de semana, o petróleo fechou em baixa ontem. O barril do produto registrou queda de 1,66%, cotado a US$ 46,25 em Nova York.
As ações da Petrobras conseguiram resistir ao recuo do barril do petróleo, apesar de terem tido ganhos pequenos. No pregão de ontem, Petrobras PN subiu 0,54%, e Petrobras ON teve alta de 0,29%.
Quem levou a Bovespa a fechar no vermelho ontem foram os papéis do setor de siderurgia e mineração. Puxadas pelas queda da gigante Vale -cuja papel ON recuou 2,65%-, as ações PN da Gerdau caíram 3,15%, e as ações ON da Companhia Siderúrgica Nacional perderam 2,88%.
A semana favorável ao mercado acionário também se estendeu ao câmbio. O dólar recuou 3,16% no período e encerrou os negócios de ontem vendido a R$ 2,30.
Durante as operações, a moeda norte-americana bateu na mínima em R$ 2,278, mas não se sustentou por muito tempo nesse baixo patamar.


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