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FINANÇAS
Banco se torna devedor de R$ 3 mi
Sem acordo, Lavra é liquidado pelo BC
da Sucursal de Brasília
Fracassou a tentativa da família
Papa, uma das mais tradicionais
de São Paulo, de ressarcir amigavelmente os depósitos dos clientes do Banco Lavra, que vinha enfrentando dificuldades desde 99.
O Banco Central decretou ontem a liquidação extrajudicial do
Lavra; um interventor nomeado
pelo governo vai vender bens e
cobrar créditos do banco para pagar os depositantes.
A tentativa de liquidar amigavelmente o banco vinha sendo tocada por Márcio Papa, presidente
licenciado do conselho deliberativo do Palmeiras, e fracassou porque parte dos clientes não aceitou
esperar 36 meses para reaver depósitos.
O próprio BC é um dos credores. Ontem, o Lavra se tornou devedor de R$ 3 milhões na conta de
reservas bancárias, uma espécie
de conta corrente que todos os
bancos devem manter no BC.
É provável que não haja dinheiro para pagar todos os depositantes. O Lavra está com o patrimônio líquido (dinheiro investido
nos banco pelos seus donos) negativo em R$ 16,6 milhões, o que
significa que os compromissos do
banco são superiores ao que se estima que seja arrecadado com a
venda de bens e o recebimento de
créditos.
Em entrevista à Folha, em setembro de 1999, Papa disse que
estava disposto a colocar os bens
familiares no banco para pagar
todas as dívidas. Ontem, Papa não
foi localizado pela Folha.
Até agora, somente o FGC
(Fundo Garantidor de Crédito)
colocou dinheiro na instituição
para cobrir o rombo. Foram destinados R$ 5,2 milhões para pagar
339 clientes.
Os depositantes que tinham depósitos superiores a R$ 20 mil ainda têm R$ 18 milhões a receber do
Lavra. O banco deve ainda R$ 25
milhões de uma captação de recursos feita no exterior.
Na avaliação do BC, um dos
motivos que levaram o banco a
quebrar foi o alto índice de inadimplência em suas operações de
crédito.
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