São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 2000


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FINANÇAS
Banco se torna devedor de R$ 3 mi
Sem acordo, Lavra é liquidado pelo BC

da Sucursal de Brasília

Fracassou a tentativa da família Papa, uma das mais tradicionais de São Paulo, de ressarcir amigavelmente os depósitos dos clientes do Banco Lavra, que vinha enfrentando dificuldades desde 99.
O Banco Central decretou ontem a liquidação extrajudicial do Lavra; um interventor nomeado pelo governo vai vender bens e cobrar créditos do banco para pagar os depositantes.
A tentativa de liquidar amigavelmente o banco vinha sendo tocada por Márcio Papa, presidente licenciado do conselho deliberativo do Palmeiras, e fracassou porque parte dos clientes não aceitou esperar 36 meses para reaver depósitos.
O próprio BC é um dos credores. Ontem, o Lavra se tornou devedor de R$ 3 milhões na conta de reservas bancárias, uma espécie de conta corrente que todos os bancos devem manter no BC.
É provável que não haja dinheiro para pagar todos os depositantes. O Lavra está com o patrimônio líquido (dinheiro investido nos banco pelos seus donos) negativo em R$ 16,6 milhões, o que significa que os compromissos do banco são superiores ao que se estima que seja arrecadado com a venda de bens e o recebimento de créditos.
Em entrevista à Folha, em setembro de 1999, Papa disse que estava disposto a colocar os bens familiares no banco para pagar todas as dívidas. Ontem, Papa não foi localizado pela Folha.
Até agora, somente o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) colocou dinheiro na instituição para cobrir o rombo. Foram destinados R$ 5,2 milhões para pagar 339 clientes.
Os depositantes que tinham depósitos superiores a R$ 20 mil ainda têm R$ 18 milhões a receber do Lavra. O banco deve ainda R$ 25 milhões de uma captação de recursos feita no exterior.
Na avaliação do BC, um dos motivos que levaram o banco a quebrar foi o alto índice de inadimplência em suas operações de crédito.



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