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São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Importantes empresas dos EUA divulgam resultados nesta semana; no Brasil, foco estará na inflação

Após Saddam, balanço preocupa investidor

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o regime de Saddam Hussein deposto, investidores se preocupam com o que pode agora estourar em Wall Street.
Bank of America, Citigroup, IBM, Microsoft, GM, Ford e Intel estão entre importantes empresas que divulgam, nesta semana, seus balanços do primeiro trimestre deste ano.
O mercado deve continuar, como na semana que passou, sem tendência definida, tentando se estabilizar no patamar de preços em que está, mas seguindo de perto as Bolsas norte-americanas, segundo analistas.
Índices de inflação brasileiros e a agenda econômica norte-americana concentram as atenções na semana, encurtada pelo feriado de Sexta-Feira Santa.
Segundo os analistas, não haveria, a curtíssimo prazo, espaço para queda maior do câmbio além das taxas em que bateu recentemente. "Precisaria de outras notícias para melhorar. Os mercados vão oscilar em torno dos preços atuais", diz Pedro Thomazoni, diretor de tesouraria do Lloyds TSB.
"A expectativa é de uma tendência de moderada a positiva, apesar de inflação e economia americana serem fatores neutros, incertos", diz Pedro Martins, do JP Morgan.
A relevância dos resultados de empresas norte-americanas está em dois fatores. Um é o resultado corrente das companhias, que não deve, em média, vir muito animador. O outro, e o mais importante, é o que traz indicações para o médio prazo.
"Não estou muito pessimista, os ativos melhoraram no Brasil, mas lá fora, não foi tão bom. Há espaço para recuperação nos Estados Unidos", diz Thomazoni.
Os índices Dow Jones e Standard & Poor's 500 seguem no vermelho em 2003 (quedas de 1,66% e 1,31%, respectivamente).
Apesar de tudo, o resultado da guerra parece ter animado um pouco o investidor dos EUA. A economia do país, que está fragilizada, pode dar sinais positivos nas próximas semanas, se os resultados corporativos permitirem. Mas, a médio prazo, as dificuldades persistem porque, como diz um gestor, "o problema são os fundamentos da economia não relacionados com a guerra."

Inflação
Amanhã, sai a segunda prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) de abril, da FGV. As projeções de elevação variam de 0,9% a 1,1%, contra alta anterior de 1,13%. Na quarta-feira, será a vez do IGP-10 do mesmo mês.
"O mercado ainda está no fio da navalha. Se os números da inflação vierem melhores, volta o otimismo. Mas a inflação corrente e a expectativa estão bem acima da meta. Há uma inércia inflacionária importante nos preços domésticos. Queda de juros, só no segundo semestre", diz Martins.

Exportadoras
Com o recuo do câmbio, ações de empresas com receitas em dólar, que tiveram expressiva valorização em 2002, caíram também.
É o caso de boa parte de papéis dos setores de alimentos, papel e celulose, além da Embraer. Mas não é uma regra. A maioria das ações de siderurgia continua em alta, embaladas pela valorização do aço nacional.
Gerdau PN, porém, registra perda de 5,25% no ano. Do setor de papel e celulose, a Klabin rema contra a maré. Com a possibilidade de restruturação da empresa, suas ações subiram 12,57% em abril e 100% no ano.
Além dos balanços, o principal indicador da semana nos EUA é o da produção industrial. O índice relativo a março deve cair novamente. O consenso de mercado projeta recuo de 0,2%, contra resultado anterior de 0,1%.


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