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MERCADO FINANCEIRO
Importantes empresas dos EUA divulgam resultados nesta semana; no Brasil, foco estará na inflação
Após Saddam, balanço preocupa investidor
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o regime de Saddam Hussein deposto, investidores se
preocupam com o que pode agora estourar em Wall Street.
Bank of America, Citigroup,
IBM, Microsoft, GM, Ford e Intel
estão entre importantes empresas
que divulgam, nesta semana, seus
balanços do primeiro trimestre
deste ano.
O mercado deve continuar, como na semana que passou, sem
tendência definida, tentando se
estabilizar no patamar de preços
em que está, mas seguindo de perto as Bolsas norte-americanas, segundo analistas.
Índices de inflação brasileiros e
a agenda econômica norte-americana concentram as atenções na
semana, encurtada pelo feriado
de Sexta-Feira Santa.
Segundo os analistas, não haveria, a curtíssimo prazo, espaço para queda maior do câmbio além
das taxas em que bateu recentemente. "Precisaria de outras notícias para melhorar. Os mercados
vão oscilar em torno dos preços
atuais", diz Pedro Thomazoni, diretor de tesouraria do Lloyds TSB.
"A expectativa é de uma tendência de moderada a positiva,
apesar de inflação e economia
americana serem fatores neutros,
incertos", diz Pedro Martins, do
JP Morgan.
A relevância dos resultados de
empresas norte-americanas está
em dois fatores. Um é o resultado
corrente das companhias, que
não deve, em média, vir muito
animador. O outro, e o mais importante, é o que traz indicações
para o médio prazo.
"Não estou muito pessimista, os
ativos melhoraram no Brasil, mas
lá fora, não foi tão bom. Há espaço para recuperação nos Estados
Unidos", diz Thomazoni.
Os índices Dow Jones e Standard & Poor's 500 seguem no vermelho em 2003 (quedas de 1,66%
e 1,31%, respectivamente).
Apesar de tudo, o resultado da
guerra parece ter animado um
pouco o investidor dos EUA. A
economia do país, que está fragilizada, pode dar sinais positivos
nas próximas semanas, se os resultados corporativos permitirem. Mas, a médio prazo, as dificuldades persistem porque, como
diz um gestor, "o problema são os
fundamentos da economia não
relacionados com a guerra."
Inflação
Amanhã, sai a segunda prévia
do IGP-M (Índice Geral de Preços
do Mercado) de abril, da FGV. As
projeções de elevação variam de
0,9% a 1,1%, contra alta anterior
de 1,13%. Na quarta-feira, será a
vez do IGP-10 do mesmo mês.
"O mercado ainda está no fio da
navalha. Se os números da inflação vierem melhores, volta o otimismo. Mas a inflação corrente e
a expectativa estão bem acima da
meta. Há uma inércia inflacionária importante nos preços domésticos. Queda de juros, só no segundo semestre", diz Martins.
Exportadoras
Com o recuo do câmbio, ações
de empresas com receitas em dólar, que tiveram expressiva valorização em 2002, caíram também.
É o caso de boa parte de papéis
dos setores de alimentos, papel e
celulose, além da Embraer. Mas
não é uma regra. A maioria das
ações de siderurgia continua em
alta, embaladas pela valorização
do aço nacional.
Gerdau PN, porém, registra perda de 5,25% no ano. Do setor de
papel e celulose, a Klabin rema
contra a maré. Com a possibilidade de restruturação da empresa,
suas ações subiram 12,57% em
abril e 100% no ano.
Além dos balanços, o principal
indicador da semana nos EUA é o
da produção industrial. O índice
relativo a março deve cair novamente. O consenso de mercado
projeta recuo de 0,2%, contra resultado anterior de 0,1%.
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