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MERCADO FINANCEIRO
Rendimento dos treausuries rompe barreira dos 5% pela primeira vez em quatro anos, e Bovespa cai 0,90%
Juro recorde nos EUA freia alta da Bolsa
DENYSE GODOY
DA FOLHA ONLINE
Mais uma vez o temor de aumento dos juros nos EUA provocou pessimismo no mercado financeiro brasileiro. Em um dia de
poucos negócios devido à cautela
típica de véspera de feriado, o dólar comercial subiu 0,38%, para
R$ 2,141, enquanto o risco-país
recuou 1,24%, a 238 pontos. O
Banco Central comprou divisas
no mercado, mas a operação não
chegou a mexer com as cotações.
O retorno do título de dez anos
do Tesouro dos EUA chegou a
5,05% na tarde de ontem, o maior
nível desde junho de 2002.
A Bovespa interrompeu uma
recuperação iniciada na quarta e
fechou ontem em baixa de 0,90%,
aos 38.082 pontos, com volume financeiro de R$ 1,732 bilhão -o
menor do mês.
"O principal fator a influenciar
o humor dos investidores foi a
forte alta dos rendimentos dos
treasuries [títulos do Tesouro
norte-americano] de dez anos,
que ultrapassaram 5%", disse Jason Vieira, economista-chefe da
consultoria GRC Visão. A elevação sinaliza que a taxa básica de
juros da economia dos EUA deve
continuar subindo. Taxas mais altas nos EUA podem fazer investidores tirar dinheiro de países
emergentes, como o Brasil.
A expectativa dos analistas é
que, na próxima reunião do Federal Reserve (BC dos EUA), em
maio, a taxa seja aumentada de
4,75% ao ano para 5%.
"Na semana que vem, serão divulgados importantes indicadores que vão alimentar essa discussão", afirma Vieira, referindo-se
aos índices de inflação no atacado
e no varejo dos EUA.
"Mas acredito que os preços
não devam ter uma alta expressiva, e pode ser então que os rendimentos dos treasuries recuem um
pouco." Para o analista, não há
motivo para achar que a esperada
elevação do juro vá afetar com
gravidade o mercado brasileiro.
"É verdade que parte dos investidores deixa as aplicações no país
para rumar para os EUA. No entanto, as taxas de remuneração no
Brasil continuam altas e atraentes,
bem como as ações das empresas
nacionais. E há que considerar
que o risco da economia também
diminuiu muito."
Até o dia 10, o saldo de investimentos estrangeiros na Bovespa
em abril é positivo em R$ 464,538
milhões. Em fevereiro e março,
foi registrado saldo negativo, mas,
no acumulado do ano, o superávit
é de R$ 2,501 bilhões.
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