São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Estrangeiros mudam de idéia 3 vezes em 15 dias

DA REPORTAGEM LOCAL

Nos últimos 15 dias, pouco mudou no Brasil em termos macroeconômicos ou no cenário eleitoral. O curto intervalo de tempo foi suficiente, no entanto, para que dois importantes bancos norte-americanos mudassem sua opinião sobre o país três vezes.
Até o fim de abril, Morgan Stanley e Merril Lynch estavam recomendando a seus investidores que dessem um peso aos papéis da dívida externa brasileira maior que ao do mercado de forma geral. Já, a partir do início de maio, as duas instituições decidiram rebaixar os papéis brasileiros.
Na última sexta-feira à noite, nova mudança de tom nos relatórios das duas instituições que voltaram a emitir opiniões mais otimistas sobre o Brasil. Nesse intervalo, o dólar se valorizou 5,17% em relação ao real.
Segundo o relatório do Morgan Stanley, o mercado teria exagerado no desconto dos papéis da dívida externa brasileira: "nossa opinião sobre o Brasil se tornou mais construtiva desde nosso último rebaixamento, simplesmente porque o mercado parece estar exagerando na redução". O relatório do Morgan Stanley acrescenta que o preço justo para os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, deveria estar entre 79% e 81% de seu valor de face, acima, portanto, do nível atual de 73%.
A Merrill Lynch ressaltou em seu relatório que "a percepção do mercado em relação ao risco do país é excessiva". O banco se mostra otimista tanto em termos políticos como econômicos e ressalta que o mercado acionário deverá atingir seu "piso" logo. E recomenda ainda os papéis de empresas exportadoras. Tanto Morgan Stanley como Merrill Lynch falam sobre a necessidade de corte de juros no país. Mas os relatórios praticamente não tiveram efeito sobre o mercado ontem.
O presidente do BNDES, Eleazar de Carvalho, disse ontem que a atividade produtiva brasileira não vai parar, a despeito de opiniões pessimistas de bancos estrangeiros. (EF)

Texto Anterior: Mercados: Dólar tem a maior cotação em seis meses
Próximo Texto: Investidor acredita em alta maior do dólar
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.