|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PREVIDÊNCIA
Aumentos do mínimo em 2001 e no número de aposentadorias fazem saldo negativo crescer 61% de janeiro a abril
Gasto do INSS supera receita em R$ 4,28 bi
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O déficit da Previdência Social
no mês passado cresceu 54% em
relação a abril de 2001 e alcançou
R$ 1,052 bilhão. No ano, o resultado negativo acumulado chega a
R$ 4,284 bilhões, o que representa
aumento de 61% na comparação
com o mesmo período do ano
passado.
Se o ritmo de crescimento do
déficit não diminuir, a previsão
feita pelo governo de fechar o ano
com saldo negativo de R$ 16 bilhões não será cumprida. No ano
passado, esse número ficou em
R$ 12,8 bilhões.
Até março, o desempenho negativo da Previdência vinha registrando forte crescimento em relação ao mesmo período do ano
passado.
Entre as justificativas apresentadas pelo Ministério da Previdência Social estava o efeito da greve
dos servidores no segundo semestre de 2001.
A paralisação atrasou a concessão de benefícios, elevando os
gastos da Previdência no início
deste ano. Ao divulgar os números do INSS (Instituto Nacional
do Seguro Social) relativos a março, o ministro José Cechin (Previdência) estimara, no entanto, que
aquele seria o último mês em que
a greve afetaria o crescimento do
déficit.
Por esse motivo, a expectativa
era que a partir de abril a evolução
do saldo negativo ganhasse um
ritmo mais moderado -o que
não aconteceu. Embora o déficit
de abril tenha caído 7,9% na comparação com o de março, essa
queda foi mais acentuada no mesmo mês do ano passado (15%).
Procurado pela reportagem, o
Ministério da Previdência Social
não se pronunciou sobre o assunto porque o ministro está na Espanha.
Aumento do mínimo
Além da paralisação, a Previdência tem atribuído o resultado negativo do INSS ao aumento de
19,2% concedido ao salário mínimo em 2001 e ao crescimento do
número de benefícios pagos -as
aposentadorias e pensões já ultrapassam 20 milhões.
O ritmo de crescimento da economia também influencia as contas previdenciárias. Esse fator pode até obrigar o governo a rever
seus cálculos para o fechamento
das contas da Previdência Social
neste ano.
Isso porque a equipe econômica
e analistas de mercado trabalham
com a estimativa de crescimento
do PIB (Produto Interno Bruto,
soma das riquezas produzidas pelo país em um ano) menor do que
o previsto inicialmente.
O cálculo de déficit de R$ 16 bilhões considerou um crescimento
de 2,5% para a economia. As reestimativas apontam agora para
2%. O crescimento do PIB afeta as
contas da Previdência Social porque o aumento no nível do emprego gera mais arrecadação para o INSS.
Arrecadação
Em abril, a Previdência arrecadou R$ 5,361 bilhões em contribuições. Na comparação com o mês anterior, houve crescimento de 3,4%. O pagamento de benefícios em abril somou R$ 6,413 bilhões, com aumento de 1,5% em
relação a março.
Os dados de arrecadação e despesa comparados com abril do
ano passado indicam crescimento
maior. No caso das receitas, o incremento foi de 12%. No entanto
as despesas com benefícios cresceram mais: 17%
No ano, a arrecadação da Previdência totaliza R$ 20,8 bilhões, e o
pagamento de aposentadoria,
pensões e outros benefícios chega
a R$ 25,1 bilhões.
Texto Anterior: Fim da multa por gasto a mais de energia deixa taxa "limpa", diz Fipe Próximo Texto: Receita com imposto é de R$ 19,8 bi Índice
|