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São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2003

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Resultado das teles se deteriora no 1º trimestre

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Estudo elaborado pela consultoria Economática mostra que piorou a situação do setor de telecomunicações do país no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. O faturamento (receita operacional) caiu 14,1%. O lucro líquido foi 38,3% menor.
O trabalho, obtido pela Folha, é baseado nos resultados de balanços de 24 empresas do setor. Não constam do estudo os números da Embratel e da Brasil Telecom, porque não estavam totalmente disponíveis até a tarde de ontem.
Segundo o presidente da Economática, Fernando Exel, a queda no faturamento reflete uma retração do usuário, que utilizou menos pulsos telefônicos nos três primeiros meses deste ano.
"Não foi por causa da inflação, já que atualizamos os números de março de 2002 pelo IGP-DI [Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna, da FGV]", disse.
Com exceção da Amazônia Telecom e Telefonica Data Hld, as empresas analisadas apresentaram queda no faturamento. No caso da Telesp Operacional, por exemplo, ele caiu 14,2%, passando de R$ 3,124 bilhões no primeiro trimestre de 2002 para R$ 2,681 bilhões no primeiro deste ano.
Os responsáveis pelo estudo ressalvaram que há valores duplamente computados. Isso ocorreu porque há empresas de capital aberto do setor telefônico que são subsidiárias de outras também de capital aberto, estando ambas na lista analisada.
Mas, de acordo com os técnicos da Economática, a duplicidade não compromete as conclusões do trabalho.

Lucro menor surpreende
A redução de 38,3% no lucro do conjunto das empresas surpreendeu Axel. Segundo ele, a redução feita pelas empresas das dívidas em dólar durante 2002 deveria ter reduzido as despesas financeiras do setor e refletido positivamente nos lucros.
A dívida financeira total das telefônicas analisadas caiu 6,7%, de R$ 31,175 bilhões para R$ 29,097 bilhões. Os números, segundo Exel, escondem uma redução da dívida em dólar, pela via do resgate, estimada pelo analista em US$ 4 bilhões.
Ele disse que a dívida em dólar do setor passou de US$ 9,5 bilhões em março de 2002 para em torno de US$ 5,5 bilhões em março deste ano, mas, como a cotação da moeda americana no período saltou de R$ 2,32 para R$ 3,35 (44,4%), os débitos convertidos para reais refletiram muito pouco o esforço de pagamentos.
Exel considerou surpreendente que as despesas financeiras das empresas aumentassem 77% -de R$ 1,49 bilhão para 2,636 bilhões no período analisado.
Segundo o analista, a queda de 5% na cotação do dólar no primeiro trimestre deste ano deveria ter gerado efeitos benéficos nas despesas das empresas que, apesar dos esforços, seguem altamente endividadas na moeda americana.


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