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SISTEMA FINANCEIRO
Resultado é a soma dos ganhos do 1º trimestre das três maiores instituições privadas, Bradesco, Itaú e Unibanco
Lucro dos grandes bancos aumenta 22,3%
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O lucro líquido dos três maiores
bancos privados do país aumentou 22,3% no primeiro trimestre
do ano e totalizou R$ 1,761 bilhão.
Esse resultado, anualizado, projeta um lucro de R$ 7,044 bilhões
para as três instituições. No ano
passado, elas lucraram R$ 6,510
bilhões.
Os dados foram levantados pela
ABM Consulting, a pedido da Folha, e consideram os resultados
consolidados do Bradesco, do
Itaú e os divulgados ontem pelo
Unibanco.
Se forem incluídos o Banespa e
a Caixa Econômica Federal -que
já divulgaram o balanço trimestral-, a safra de lucros chega a R$
2,492 bilhões. No entanto, segundo Gustavo Pedreira, analista da
ABM Consulting, o resultado do
Banespa desvirtua a amostra, resultando numa redução de 4,6%
do lucro do setor.
O impacto negativo do Banespa
é grande porque seu lucro em 31
de março deste ano caiu 60% em
relação ao primeiro trimestre de
2003. "O Banespa obteve lucros
excepcionais em 2002 e no início
de 2003, o que distorce a comparação", diz Pedreira.
O levantamento da ABM Consulting mostra que, apesar do
crescimento do lucro líquido dos
três maiores bancos privados do
país, houve uma grande queda do
resultado operacional -de
32,6%. O resultado operacional
computa os ganhos com a atividade bancária em si.
Apenas o Unibanco mostrou
variação levemente positiva do
resultado operacional no balanço
consolidado (de 2,7%), que considera todas as empresas do grupo.
No entanto, o resultado operacional do banco caiu 2,91%. "Os ganhos com as operações bancárias
estão caindo devido à queda dos
juros, que reduziu a rentabilidade
das aplicações em títulos públicos
e com operações de crédito", observa Pedreira.
A participação das receitas obtidas com títulos e valores mobiliários na receita total das três instituições caiu em média 10,5 pontos
percentuais na comparação dos
dois trimestres.
Crédito
Segundo Pedreira, para compensar a redução dos ganhos com
títulos, os bancos teriam de aumentar o volume de crédito concedido. No entanto, com o ritmo
lento de crescimento da economia, a carteira de crédito dos três
grandes bancos privados cresceu
apenas 5,1% no trimestre.
Em conseqüência, a participação das receitas com operações de
crédito na receita total das três
instituições aumentou apenas 2,4
pontos percentuais, em média.
"Eles não conseguiram compensar com volume de crédito a redução das receitas com juros", diz.
Essa compensação vem sendo
feita com as receitas obtidas na
prestação de serviços. A participação das tarifas e taxas bancárias
no total das receita dos três bancos cresceu em média 2,4 pontos
percentuais no primeiro trimestre
deste ano, em relação ao primeiro
trimestre do ano passado.
O Bradesco foi o que mais pesou
a mão: no balanço de março de
2003, as receitas com tarifas representavam 12,5% da receita total do banco. Neste ano, saltou para 16,3%. No Unibanco, a participação das tarifas na receita total
aumentou de 18,2% para 21,3%.
O Itaú foi a instituição que menos aumentou o peso dessa receita (mais 0,3 ponto percentual). No
entanto, o banco é o que mais fatura com serviços e obtém 23,8%
da sua receita total com taxas e tarifas bancárias.
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