São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2004

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SISTEMA FINANCEIRO

Resultado é a soma dos ganhos do 1º trimestre das três maiores instituições privadas, Bradesco, Itaú e Unibanco

Lucro dos grandes bancos aumenta 22,3%

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O lucro líquido dos três maiores bancos privados do país aumentou 22,3% no primeiro trimestre do ano e totalizou R$ 1,761 bilhão. Esse resultado, anualizado, projeta um lucro de R$ 7,044 bilhões para as três instituições. No ano passado, elas lucraram R$ 6,510 bilhões.
Os dados foram levantados pela ABM Consulting, a pedido da Folha, e consideram os resultados consolidados do Bradesco, do Itaú e os divulgados ontem pelo Unibanco.
Se forem incluídos o Banespa e a Caixa Econômica Federal -que já divulgaram o balanço trimestral-, a safra de lucros chega a R$ 2,492 bilhões. No entanto, segundo Gustavo Pedreira, analista da ABM Consulting, o resultado do Banespa desvirtua a amostra, resultando numa redução de 4,6% do lucro do setor.
O impacto negativo do Banespa é grande porque seu lucro em 31 de março deste ano caiu 60% em relação ao primeiro trimestre de 2003. "O Banespa obteve lucros excepcionais em 2002 e no início de 2003, o que distorce a comparação", diz Pedreira.
O levantamento da ABM Consulting mostra que, apesar do crescimento do lucro líquido dos três maiores bancos privados do país, houve uma grande queda do resultado operacional -de 32,6%. O resultado operacional computa os ganhos com a atividade bancária em si.
Apenas o Unibanco mostrou variação levemente positiva do resultado operacional no balanço consolidado (de 2,7%), que considera todas as empresas do grupo. No entanto, o resultado operacional do banco caiu 2,91%. "Os ganhos com as operações bancárias estão caindo devido à queda dos juros, que reduziu a rentabilidade das aplicações em títulos públicos e com operações de crédito", observa Pedreira.
A participação das receitas obtidas com títulos e valores mobiliários na receita total das três instituições caiu em média 10,5 pontos percentuais na comparação dos dois trimestres.

Crédito
Segundo Pedreira, para compensar a redução dos ganhos com títulos, os bancos teriam de aumentar o volume de crédito concedido. No entanto, com o ritmo lento de crescimento da economia, a carteira de crédito dos três grandes bancos privados cresceu apenas 5,1% no trimestre.
Em conseqüência, a participação das receitas com operações de crédito na receita total das três instituições aumentou apenas 2,4 pontos percentuais, em média. "Eles não conseguiram compensar com volume de crédito a redução das receitas com juros", diz.
Essa compensação vem sendo feita com as receitas obtidas na prestação de serviços. A participação das tarifas e taxas bancárias no total das receita dos três bancos cresceu em média 2,4 pontos percentuais no primeiro trimestre deste ano, em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
O Bradesco foi o que mais pesou a mão: no balanço de março de 2003, as receitas com tarifas representavam 12,5% da receita total do banco. Neste ano, saltou para 16,3%. No Unibanco, a participação das tarifas na receita total aumentou de 18,2% para 21,3%.
O Itaú foi a instituição que menos aumentou o peso dessa receita (mais 0,3 ponto percentual). No entanto, o banco é o que mais fatura com serviços e obtém 23,8% da sua receita total com taxas e tarifas bancárias.


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