São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Projeções futuras de juros sobem, o que reforça expectativa de que Selic possa aumentar no fim do ano

Pressão sobre taxa de juros segue forte

DA REPORTAGEM LOCAL

Os juros futuros ignoraram a menor tensão no mercado financeiro ontem e subiram com força. O dólar recuou 0,19%, e a Bolsa de Valores de São Paulo fechou com alta de 0,42%.
O risco-país registrou baixa de 1,8%, para os 763 pontos.
Se para a reunião do Copom da semana que vem o mercado ainda vê possibilidade de a taxa básica de juros (Selic) ser reduzida em 0,25 ponto percentual, as previsões para o último trimestre do ano já são de alta.
O contrato DI (que acompanha os juros praticados em operações interbancárias) de prazo de vencimento mais curto fechou com taxa anual de 15,68% no pregão de ontem. A Selic está em 16% anuais. O Copom (comitê formado por diretores e o presidente do BC) se reúne na terça e na quarta-feira da próxima semana para decidir como fica a Selic.
Nos últimos dias, as taxas dos contratos DI negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) subiram expressivamente. O DI mais negociado, com prazo de resgate em janeiro de 2005, fechou ontem com taxa de 17,73%. Há uma semana, a taxa desse contrato estava em 15,76%.
O cenário externo tem sido o principal vilão deste momento tenso por que passa o mercado. A elevação nos preços do petróleo e a perspectiva de alta dos juros nos Estados Unidos têm pesado negativamente no mercado. Há também a preocupação com a China e possíveis medidas que o governo daquele país possa vir a tomar para tentar conter o aquecimento econômico.
No contrato DI com prazo em abril de 2005, a taxa alcançou ontem os 18,4%, ante 17,67% registrado no dia anterior.
Hoje será divulgado o índice de preços ao consumidor nos EUA. Os dados podem resultar em mais tensão no mercado. Se a taxa de inflação vier mais forte que o esperado, pode significar alta dos juros norte-americanos em breve.
Para os próximos meses, as projeções futuras para o câmbio também são negativas. Para o fim do ano, os contratos futuros fecharam ontem na BM&F projetando o dólar a R$ 3,36.
O valor mais alto que o dólar atingiu diante do real neste ano foi na quarta-feira, quando fechou a R$ 3,14. Ontem a moeda norte-americana encerrou as operações cotada a R$ 3,134.
(FABRICIO VIEIRA)


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