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MERCADO FINANCEIRO
Projeções futuras de juros sobem, o que reforça expectativa de que Selic possa aumentar no fim do ano
Pressão sobre taxa de juros segue forte
DA REPORTAGEM LOCAL
Os juros futuros ignoraram a
menor tensão no mercado financeiro ontem e subiram com força.
O dólar recuou 0,19%, e a Bolsa de
Valores de São Paulo fechou com
alta de 0,42%.
O risco-país registrou baixa de
1,8%, para os 763 pontos.
Se para a reunião do Copom da
semana que vem o mercado ainda
vê possibilidade de a taxa básica
de juros (Selic) ser reduzida em
0,25 ponto percentual, as previsões para o último trimestre do
ano já são de alta.
O contrato DI (que acompanha
os juros praticados em operações
interbancárias) de prazo de vencimento mais curto fechou com taxa anual de 15,68% no pregão de
ontem. A Selic está em 16%
anuais. O Copom (comitê formado por diretores e o presidente do
BC) se reúne na terça e na quarta-feira da próxima semana para decidir como fica a Selic.
Nos últimos dias, as taxas dos
contratos DI negociados na
BM&F (Bolsa de Mercadorias &
Futuros) subiram expressivamente. O DI mais negociado, com
prazo de resgate em janeiro de
2005, fechou ontem com taxa de
17,73%. Há uma semana, a taxa
desse contrato estava em 15,76%.
O cenário externo tem sido o
principal vilão deste momento
tenso por que passa o mercado. A
elevação nos preços do petróleo e
a perspectiva de alta dos juros nos
Estados Unidos têm pesado negativamente no mercado. Há também a preocupação com a China e
possíveis medidas que o governo
daquele país possa vir a tomar para tentar conter o aquecimento
econômico.
No contrato DI com prazo em
abril de 2005, a taxa alcançou ontem os 18,4%, ante 17,67% registrado no dia anterior.
Hoje será divulgado o índice de
preços ao consumidor nos EUA.
Os dados podem resultar em mais
tensão no mercado. Se a taxa de
inflação vier mais forte que o esperado, pode significar alta dos
juros norte-americanos em breve.
Para os próximos meses, as projeções futuras para o câmbio também são negativas. Para o fim do
ano, os contratos futuros fecharam ontem na BM&F projetando
o dólar a R$ 3,36.
O valor mais alto que o dólar
atingiu diante do real neste ano
foi na quarta-feira, quando fechou a R$ 3,14. Ontem a moeda
norte-americana encerrou as
operações cotada a R$ 3,134.
(FABRICIO VIEIRA)
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