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Micro e pequenas empresas têm melhor 1º tri em seis anos
MARINA GAZZONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As MPEs (Micro e Pequenas
Empresas) de São Paulo faturaram R$ 62,3 bilhões no primeiro trimestre do ano, um crescimento de 2,4% em relação ao
mesmo período de 2007, segundo dados da pesquisa Indicadores Sebrae-SP. O resultado
foi o melhor obtido em um primeiro trimestre em seis anos e
representa um ganho R$ 1,5 bilhão no caixa das empresas.
O faturamento médio mensal das MPEs foi de R$ 15,9 mil.
Se o ganho maior refletiu no
aumento de 2,7% do rendimento dos trabalhadores dessas
empresas, não significa que
elas contrataram mais. A média
de trabalhadores por empresa
caiu de 4,3 para 4,2.
Para o coordenador da pesquisa, Marco Aurélio Bedê, o
resultado positivo se deve a
uma conjunção de fatores econômicos, como a recuperação
da renda real do trabalhador e o
bom desempenho do agronegócio, que aqueceu a economia
das cidades do interior.
Foram os municípios do interior que puxaram o resultado
positivo, com crescimento de
4,3% no faturamento das
MPEs. As empresas da capital e
do Grande ABC perderam 2,7%
e 2,4% da receita na comparação com o primeiro trimestre
de 2007, respectivamente.
Entre os setores, o comércio
obteve o melhor desempenho,
com crescimento de 8,2%. O setor de serviços perdeu 2% do
faturamento no trimestre em
relação ao mesmo período de
2007. Diferentemente dos dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgados
na semana passada, que mostram expansão de 7,6% no faturamento da indústria acima da
inflação no primeiro trimestre
deste ano, as MPEs do setor industrial se retraíram 6,6% no
período, segundo o Sebrae-SP.
Para o diretor do Departamento da Micro, Pequena e
Média Indústria da Fiesp (Federação das Indústrias de São
Paulo), Milton Bogus, as MPEs
não resistiram ao câmbio valorizado. "O pouco que elas exportavam foi retalhado pelo
câmbio. E o problema do câmbio não é só a exportação, é a
importação também. Muitas
dessas pequenas indústrias,
que são fornecedoras de produtos para as médias e grandes,
estão perdendo espaço para os
importados."
Entre os objetivos da política
industrial, anunciada anteontem pelo governo, está a elevação do número de MPEs que
exportam sua produção de
11.792 para 12.971. Para Bedê, a
taxa de câmbio é o principal entrave à exportação das MPEs.
"O governo criou benefícios,
mas não mexeu na taxa de câmbio, que determina a rentabilidade da exportação." Para ele,
escala e falta de maturidade dos
negócios também são problemas para as MPEs competirem
no mercado internacional.
Para Bogus, a redução da taxa
básica de juros (Selic) e o ajuste
no câmbio seriam mais eficientes para incentivar exportações
de MPEs que os benefícios da
política industrial.
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