São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2008

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Para Bernanke, situação ainda não se normalizou

Chefe do Fed diz que leva tempo para mercado se estabilizar

DA REDAÇÃO

O presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, afirmou ontem que as condições nos mercados financeiros melhoraram, mas que ainda "estão longe do normal".
Para Bernanke, os leilões de recursos para os bancos realizados pelo Fed desde o final do ano passado colaboraram para a melhoria da situação. Segundo ele, se necessário, o banco central americano aumentará o montante disponível para os bancos -que já triplicou desde o início dos leilões, em dezembro do ano passado. "Até o momento, as nossas medidas de liquidez aparentemente contribuíram para alguma melhoria nos mercados financeiros."
Esses leilões são uma tentativa do Fed de estimular os bancos a concederem empréstimos. As instituições restringiram os empréstimos devido aos prejuízos relacionados aos títulos vinculados a financiamentos imobiliários de alto risco, conhecidos como "subprime".
De acordo com Bernanke, "a extraordinária provisão de liquidez pelo Federal Reserve não será mais necessária" quando os mercados financeiros se estabilizarem, mas "provavelmente levará algum tempo" até isso acontecer.
As declarações de Bernanke contrastam com as do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, e de líderes de Wall Street, como Vikram Pandit, presidente-executivo do Citigroup, para quem o pior da crise de crédito já passou. Já o presidente-executivo do JPMorgan, Jamie Dimon, afirmou que 75% da crise nos mercados financeiros está resolvida, mas que a recessão nos EUA está apenas no começo.
Em seu discurso à divisão regional do Fed em Atlanta, Bernanke não falou sobre os juros. Há duas semanas, o Fed cortou em 0,25 ponto percentual, para 2%, a taxa, e analistas prevêem que, após sete reduções seguidas, o BC dos EUA interromperá o ciclo na sua próxima reunião, marcada para o final do mês que vem.


Com a Bloomberg


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