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Fundos para garantir crédito somam R$ 8 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Guido Mantega
(Fazenda) anunciou ontem a
criação de dois fundos para
garantir crédito a empresas,
no total de R$ 8 bilhões. Como publicou a Folha na edição de ontem, um dos fundos
será para pequenas e médias
empresas e vai contar com
R$ 4 bilhões. O outro será
voltado para a indústria naval, para que a Petrobras
possa contratar estaleiros
brasileiros para a construção
de plataformas e navios de
apoio para o pré-sal. Esse
fundo já existe no BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mas tem R$ 1 bilhão. O
Tesouro Nacional vai colocar mais recursos para que
chegue a R$ 5 bilhões.
O objetivo dos dois fundos
será o mesmo: funciona como um seguro para os bancos ou para o BNDES emprestarem dinheiro às empresas. Em caso de inadimplência, o prejuízo é coberto.
Administração em dupla
O fundo garantidor de crédito para pequenas e médias
empresas será administrado
em duas instituições: no
BNDES e no Banco do Brasil.
Por isso, vai funcionar como
dois fundos separados. Os R$
4 bilhões serão divididos entre eles, mas o governo ainda
não decidiu qual a proporção
de recursos para cada banco.
O BNDES já tem essa modalidade de garantia, mas conta
com apenas R$ 600 milhões
até agora. Por isso, receberá
mais dinheiro.
A regulamentação do fundo garantidor de crédito será
feita em uma medida provisória que vai definir de onde
virão os recursos. Mantega
afirmou ontem que o Tesouro Nacional vai colocar inicialmente R$ 2 bilhões, mas
esse valor pode aumentar.
As empresas que quiserem
pegar empréstimos com aval
do fundo garantidor terão de
pagar uma parte da conta
desse "seguro".
Segundo o ministro, será
cobrado 0,5% sobre o valor
emprestado.
Mantega ressaltou que os
juros para as empresas que
optarem por usar o aval do
fundo garantidor serão mais
baixos. Mas ele admitiu que
isso vai depender de cada
banco. Para o ministro, o
"spread" (diferença entre o
custo de captação do banco e
os juro cobrado do consumidor) poderá cair pela metade
com a medida.
Uso geral
Todos os bancos poderão
usar o fundo garantidor de
crédito, segundo o ministro.
Mas as instituições financeiras que quiserem usar as garantias do fundo também terão de pagar um percentual,
ainda não definido.
Outra medida anunciada
pelo ministro da Fazenda,
mas sem detalhes, foi a criação de um terceiro fundo de
aval para exportadores. Esse
fundo também será administrado pelo BNDES, mas não
está definido o valor.
O mecanismo será criado
porque as empresas exportadoras estão com dificuldades
de obter financiamento por
falta de garantias.
(JR)
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