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Bolsa de SP recua 3,3% e fica abaixo dos 50 mil pontos
Varejo nos EUA decepciona; dólar sobe 1,8% e vai a R$ 2,106
DA REPORTAGEM LOCAL
Se os investidores no mercado financeiro andavam empolgados demais com as primeiras
indicações de uma melhora da
economia mundial, um dado
decepcionante sobre a atividade nos EUA chamou-os à realidade ontem.
As vendas do varejo americano diminuíram 0,4% em abril
ante março, enquanto os analistas esperavam uma pequena
alta. Por isso, a Bolsa de Nova
York caiu 2,18% e a Nasdaq (de
papéis do setor de tecnologia)
recuou 3,01%. Na esteira, a Bovespa retrocedeu para 48.679
pontos, com queda de 3,27%
-a maior desde 2 de março.
O pessimismo também afetou o mercado de câmbio, fazendo o dólar subir 1,83%, vendido a R$ 2,106.
"Já havia um certo mau humor no ar por causa da informação de que as exportações da
China caíram 22,6% em abril
na comparação com o mesmo
mês do ano passado, conforme
divulgado pelo governo do país
na terça-feira. O indicador sobre o comércio dos EUA azedou o clima de vez", diz Daniel
Doll Lemos, gestor de recursos
da corretora Socopa.
A baixa da Bolsa paulista ontem não significa que os investidores tenham desanimado irremediavelmente ou que os estrangeiros estejam se retirando
do país de novo, observam os
especialistas.
Quer dizer que, depois de
uma realização dos lucros recentes -movimento que teve
início na segunda-feira-, o
mercado deve adotar um tom
mais cauteloso ao avaliar os
prognósticos para a crise.
Nas últimas semanas, índices
positivos fomentaram uma retomada das Bolsas em todo o
mundo. A Bovespa, apesar de
três quedas consecutivas, ainda
acumula elevação de 29,64%
no ano. "Existe espaço para
embolsar ganhos, o que é saudável", diz Lemos. Alguns analistas até afirmam que as ações
brasileiras estão excessivamente caras no momento.
Mais volatilidade é esperada
para os próximos dias. "Não
existe muito motivo para preocupação com o cenário interno,
então todas as atenções continuarão concentradas nas notícias a respeito das demais economias", afirma Lemos.
Câmbio
A recuperação da Bolsa de
São Paulo está cercada de bastante incerteza, pois depende
da evolução do ambiente mundial, mas, para o dólar comercial, o panorama se apresenta
um pouco menos turvo. Na opinião dos especialistas, a moeda
norte-americana não tem força
para voltar ao patamar de R$
2,30 ou R$ 2,40, em que estava
dois meses atrás.
Os preços das commodities
agrícolas e metálicas voltaram
a subir, depois de terem afundado fortemente, o que alimenta as expectativas de que o saldo da balança comercial brasileira, muito dependente das exportações desses produtos, siga
favorável.
O aumento do apetite por risco dos grandes investidores internacionais é outro fator a justificar as apostas de que o dólar
oscile, nas próximas semanas,
entre R$ 2 e R$ 2,10. Em busca
de maiores rentabilidades, eles
têm tornado a aplicar seus recursos em ativos locais.
O fluxo cambial -que considera a entrada e a saída de dólares provenientes de transações
comerciais e transações financeiras- ficou positivo em US$
1,162 bilhão no mês até o dia 8
passado. Em 2009, existe um
déficit de US$ 382 milhões.
A cotação do dólar ante o real
acumula uma desvalorização
total de 9,77% desde janeiro,
sendo 3,44% em maio.
De olho nessa tendência, o
Banco Central voltou, na semana passada, a comprar divisas
no mercado à vista para reforçar as reservas.
(DG)
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