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Crédito garante avanço de bancos públicos
Com impulso dos empréstimos imobiliários, Caixa tem crescimento de 51% em sua carteira; BB registra alta de 26%
Lucro da Caixa cresce 72%, para R$ 778 mi; o do BB tem aumento de 41% e fica em R$ 2,4 bi; ambos apontam inadimplência em queda
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os bancos públicos mantiveram a liderança na liberação de
crédito no início de 2010. Ontem, Banco do Brasil e Caixa
Econômica Federal divulgaram os balanços do primeiro
trimestre, que apontaram forte
crescimento nas suas carteiras
de empréstimos.
O estoque de crédito no BB
cresceu 26% em relação aos
três primeiros meses de 2009,
para R$ 306 bilhões, com destaque para os financiamentos
de veículos e o empréstimo
com desconto em folha.
A carteira da Caixa cresceu
51% e chegou a R$ 135 bilhões.
Cerca de 60% desse valor se refere ao financiamento habitacional, que foi puxado pelas
operações para pessoas físicas
com recursos da poupança.
A instituição espera fechar o
ano com expansão de até 40%
no crédito, o dobro do projetado para todo o setor pelos próprios bancos. Com isso, a Caixa
irá dobrar sua carteira em menos de dois anos. O BB manteve
a estimativa anterior, apontando avanço entre 18% e 23%.
De acordo com o vice-presidente de controle e risco da
Caixa, Marcos Vasconcelos, a
volta dos bancos privados ao
crédito ainda não teve grande
impacto sobre os resultados. O
aumento dos juros bancários
também não afetou a demanda
por novos empréstimos.
"Estávamos apostando em
um aumento de 30%, mas esse
número agora seria o piso. Os
dados do trimestre apontam
para um crescimento de até
40%", disse Vasconcelos.
A receita com operações de
crédito foi o principal fator para que a Caixa fechasse o trimestre com lucro de R$ 778 milhões, alta de 72% em relação
ao início de 2009. O mesmo fator elevou o resultado do BB em
41%, para R$ 2,4 bilhões.
Outra fonte de receita para os
dois bancos foram os ganhos
com tarifas, principalmente
com cartões e empréstimos. No
caso do BB, também foi destaque o ganho com administração de fundos de investimento.
As despesas com a provisão
contra inadimplência, fator
que afetou o lucro dos bancos
no início de 2009, caíram na
Caixa e subiram no BB. Em termos absolutos, essa reserva de
capital contra perdas cresceu
nos dois bancos, mas caiu na
comparação com o avanço da
carteira de empréstimos.
Houve redução também na
inadimplência. No BB, o indicador ficou em 3,1%, o nível mais
baixo em um ano, quando era
de 2,7%. Na Caixa, passou de
3,0% para 2,2% no período.
"Nossos índices estão visivelmente em queda", disse Ivan
Monteiro, vice-presidente de
Finanças do BB. A Caixa também avalia que os atrasos devem seguir com redução.
O índice que mede a capacidade do BB de continuar emprestando (Basileia) se manteve estável em 13,7% em relação
ao final de 2009, mas está abaixo dos 15% verificados há um
ano. O indicador deve melhorar
com a nova oferta de ações de
até R$ 10 bilhões que o banco
realiza ainda neste semestre.
As duas instituições estão
nas posições de primeiro (BB,
R$ 725 bilhões) e quarto (Caixa, R$ 364 bilhões) maiores
bancos do país em ativos.
(EDUARDO CUCOLO, GIULIANA VALLONE E TATIANA RESENDE)
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