São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2010

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Crédito garante avanço de bancos públicos

Com impulso dos empréstimos imobiliários, Caixa tem crescimento de 51% em sua carteira; BB registra alta de 26%

Lucro da Caixa cresce 72%, para R$ 778 mi; o do BB tem aumento de 41% e fica em R$ 2,4 bi; ambos apontam inadimplência em queda

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os bancos públicos mantiveram a liderança na liberação de crédito no início de 2010. Ontem, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal divulgaram os balanços do primeiro trimestre, que apontaram forte crescimento nas suas carteiras de empréstimos.
O estoque de crédito no BB cresceu 26% em relação aos três primeiros meses de 2009, para R$ 306 bilhões, com destaque para os financiamentos de veículos e o empréstimo com desconto em folha.
A carteira da Caixa cresceu 51% e chegou a R$ 135 bilhões. Cerca de 60% desse valor se refere ao financiamento habitacional, que foi puxado pelas operações para pessoas físicas com recursos da poupança.
A instituição espera fechar o ano com expansão de até 40% no crédito, o dobro do projetado para todo o setor pelos próprios bancos. Com isso, a Caixa irá dobrar sua carteira em menos de dois anos. O BB manteve a estimativa anterior, apontando avanço entre 18% e 23%.
De acordo com o vice-presidente de controle e risco da Caixa, Marcos Vasconcelos, a volta dos bancos privados ao crédito ainda não teve grande impacto sobre os resultados. O aumento dos juros bancários também não afetou a demanda por novos empréstimos.
"Estávamos apostando em um aumento de 30%, mas esse número agora seria o piso. Os dados do trimestre apontam para um crescimento de até 40%", disse Vasconcelos.
A receita com operações de crédito foi o principal fator para que a Caixa fechasse o trimestre com lucro de R$ 778 milhões, alta de 72% em relação ao início de 2009. O mesmo fator elevou o resultado do BB em 41%, para R$ 2,4 bilhões.
Outra fonte de receita para os dois bancos foram os ganhos com tarifas, principalmente com cartões e empréstimos. No caso do BB, também foi destaque o ganho com administração de fundos de investimento.
As despesas com a provisão contra inadimplência, fator que afetou o lucro dos bancos no início de 2009, caíram na Caixa e subiram no BB. Em termos absolutos, essa reserva de capital contra perdas cresceu nos dois bancos, mas caiu na comparação com o avanço da carteira de empréstimos.
Houve redução também na inadimplência. No BB, o indicador ficou em 3,1%, o nível mais baixo em um ano, quando era de 2,7%. Na Caixa, passou de 3,0% para 2,2% no período.
"Nossos índices estão visivelmente em queda", disse Ivan Monteiro, vice-presidente de Finanças do BB. A Caixa também avalia que os atrasos devem seguir com redução.
O índice que mede a capacidade do BB de continuar emprestando (Basileia) se manteve estável em 13,7% em relação ao final de 2009, mas está abaixo dos 15% verificados há um ano. O indicador deve melhorar com a nova oferta de ações de até R$ 10 bilhões que o banco realiza ainda neste semestre.
As duas instituições estão nas posições de primeiro (BB, R$ 725 bilhões) e quarto (Caixa, R$ 364 bilhões) maiores bancos do país em ativos.
(EDUARDO CUCOLO, GIULIANA VALLONE E TATIANA RESENDE)


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