|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRABALHO
Em maio, saldo negativo foi de 377 empregados, diz a Fiesp; no ano, dispensas atingem 14,58 mil trabalhadores
Indústria de SP demite mais do que contrata
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O saldo de contratações e demissões na indústria paulista voltou a ser negativo em maio, após recuperação em abril. Houve 377
dispensas a mais do que admissões no mês passado, conforme
levantamento divulgado ontem
pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Os
dados representam retração de
0,02% na força de trabalho das fábricas paulistas em comparação
com o mês anterior.
"Esse dado mostra definitivamente que 2002 terá desempenho
industrial menor do que 2001",
afirmou a diretora do Departamento de Economia da Fiesp,
Clarice Messer. No início do ano,
os empresários apostavam numa
expansão de 3% no PIB industrial
até dezembro. Agora, estão convencidos que o crescimento ficará
em 2%. Em 2001, a indústria paulista cresceu 2,7%, e em 2000 a expansão foi de 6,4%.
Com exceção de abril passado,
que registrou saldo positivo de
1.301 vagas abertas, todos os meses de 2002 acumularam mais demissões. O total de dispensas até
maio é de 14,58 mil, quase a metade do saldo de 32,44 mil demissões registradas no ano passado.
Apesar dos dados negativos até
agora, Messer previu que o ritmo
de contratações no segundo semestre deve aumentar devido ao
tradicional aumento nas vendas
para as festas de final de ano.
"O saldo de contratações deve
ser positivo, mas o crescimento
será muito lento. Os empresários
estão com as fábricas enxutas e farão admissões conforme as necessidades para elevar a produção."
As contratações temporárias
passaram a ser um dos recursos
mais usados por empresários, a
fim de reduzir os custos trabalhistas. "Os trabalhadores temporários passam a ser parte do pessoal
efetivo somente depois que o empresário tem certeza que a expansão da produção será mantida."
Para Clarice, a atual instabilidade no mercado financeiro pode
atrapalhar alguns planos de expansão de indústrias nas próximas semanas, mas no segundo semestre a indústria deve mesmo
registrar alta nos negócios. "Não
há motivo para que ocorra o contrário. A atual volatilidade do
mercado deve passar em agosto,
quando os candidatos a presidente da República tiverem definido
seus planos de governo."
Os setores da indústria paulista
que registraram maior saldo de
demissões em maio foram os de
curtimento de couros e peles
(7,70%), massas alimentícias e
biscoitos (4,83%) e rações balanceadas (3,38%).
Texto Anterior: O vaivém das commodities Próximo Texto: Agências: Banco abre às 12h na 2ª devido ao jogo do Brasil Índice
|