São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 2002

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TRABALHO

Em maio, saldo negativo foi de 377 empregados, diz a Fiesp; no ano, dispensas atingem 14,58 mil trabalhadores

Indústria de SP demite mais do que contrata

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O saldo de contratações e demissões na indústria paulista voltou a ser negativo em maio, após recuperação em abril. Houve 377 dispensas a mais do que admissões no mês passado, conforme levantamento divulgado ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Os dados representam retração de 0,02% na força de trabalho das fábricas paulistas em comparação com o mês anterior.
"Esse dado mostra definitivamente que 2002 terá desempenho industrial menor do que 2001", afirmou a diretora do Departamento de Economia da Fiesp, Clarice Messer. No início do ano, os empresários apostavam numa expansão de 3% no PIB industrial até dezembro. Agora, estão convencidos que o crescimento ficará em 2%. Em 2001, a indústria paulista cresceu 2,7%, e em 2000 a expansão foi de 6,4%.
Com exceção de abril passado, que registrou saldo positivo de 1.301 vagas abertas, todos os meses de 2002 acumularam mais demissões. O total de dispensas até maio é de 14,58 mil, quase a metade do saldo de 32,44 mil demissões registradas no ano passado.
Apesar dos dados negativos até agora, Messer previu que o ritmo de contratações no segundo semestre deve aumentar devido ao tradicional aumento nas vendas para as festas de final de ano.
"O saldo de contratações deve ser positivo, mas o crescimento será muito lento. Os empresários estão com as fábricas enxutas e farão admissões conforme as necessidades para elevar a produção."
As contratações temporárias passaram a ser um dos recursos mais usados por empresários, a fim de reduzir os custos trabalhistas. "Os trabalhadores temporários passam a ser parte do pessoal efetivo somente depois que o empresário tem certeza que a expansão da produção será mantida."
Para Clarice, a atual instabilidade no mercado financeiro pode atrapalhar alguns planos de expansão de indústrias nas próximas semanas, mas no segundo semestre a indústria deve mesmo registrar alta nos negócios. "Não há motivo para que ocorra o contrário. A atual volatilidade do mercado deve passar em agosto, quando os candidatos a presidente da República tiverem definido seus planos de governo."
Os setores da indústria paulista que registraram maior saldo de demissões em maio foram os de curtimento de couros e peles (7,70%), massas alimentícias e biscoitos (4,83%) e rações balanceadas (3,38%).



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