|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Carga fiscal cresce mais que o dobro do PIB
Para um avanço econômico de 4,3% em relação a 2006, arrecadação tributária do 1º trimestre aumentou 10,2%, diz estudo
Carga tributária atingiu 37,3% do PIB no primeiro trimestre, segundo o IBPT; novo recorde supera em 1,03 ponto o índice de 2006
MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL
A carga tributária no país
avança em ritmo superior ao
dobro do crescimento do PIB
(Produto Interno Bruto). Para
um avanço do PIB de 4,3% no
primeiro trimestre deste ano
em relação a igual período de
2006, a carga fiscal suportada
pelos brasileiros cresceu 10,2%
em termos reais, já descontada
a inflação pelo IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo).
Traduzindo em números: cada contribuinte brasileiro pagou R$ 1.047,21, em média, em
tributos entre janeiro e março
de 2006, valor que subiu para
R$ 1.190,73 no mesmo período
deste ano, segundo estudo divulgado ontem pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), entidade
que reúne profissionais do setor que se dedicam a estudos
tributários de natureza institucional, setorial e empresarial.
"Cada brasileiro já pagou
13% a mais em tributos no primeiro trimestre deste ano em
relação a igual período de 2006.
São R$ 143,52 a mais por brasileiro", afirma o advogado Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT e um dos autores do estudo. Até o final do
ano, a carga tributária individual passará de R$ 4.700 -foi
de R$ 4.379,38 no ano passado.
O estudo do IBPT revela que,
para um PIB de R$ 596,17 bilhões entre janeiro e março, a
carga fiscal nos três níveis de
governo somou R$ 222,39 bilhões. Com isso, a carga tributária do primeiro trimestre foi de
37,30% do PIB, alcançando novo recorde -em igual período
de 2006, foi de 36,27%.
A arrecadação de tributos no
país havia somado R$ 195,59 bilhões no primeiro trimestre de
2006. Assim, neste ano foram
arrecadados mais R$ 26,8 bilhões em relação a 2006, valor
que corresponde ao avanço de
1,03 ponto percentual.
Maior no primeiro
Os brasileiros pagaram R$
2,47 bilhões em tributos por dia
no primeiro trimestre, segundo
o IBPT. São R$ 102,96 milhões
por hora, R$ 1,71 milhão por
minuto e R$ 28,6 mil por segundo. Há um ano, pagavam R$
2,17 bilhões, R$ 90,55 milhões,
R$ 1,51 milhão e R$ 25,15 mil,
respectivamente. A arrecadação deste ano até ontem, incluindo os três níveis de governo, superava R$ 406 bilhões.
Segundo Amaral, no primeiro trimestre de cada ano a carga
tributária é sempre maior do
que nos outros três. Motivos:
entre janeiro e março a atividade econômica é baixa e nesse
período ocorre a concentração
no vencimento de tributos, como o Imposto de Renda das
empresas, o ICMS, o PIS e a Cofins referentes a dezembro (período de forte demanda, pelas
vendas de Natal) e o IPVA (tributo estadual sobre veículos) e
o IPTU (tributo municipal sobre imóveis).
Os tributos que tiveram as
maiores arrecadações (em valores nominais) foram o ICMS,
com R$ 43,43 bilhões, o Imposto de Renda, com R$ 36,37 bilhões, a contribuição ao INSS,
com R$ 33,78 bilhões, e a Cofins, com R$ 23,23 bilhões.
Texto Anterior: Oposição diz que números são preocupantes Próximo Texto: Analistas alertam para alta da demanda Índice
|