São Paulo, sábado, 14 de julho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Com reajustes maiores, sindicatos ampliam pautas

Estabilidade econômica e garantia de reposição da inflação levam trabalhadores a reivindicar mais benefícios sociais

CUT e Força Sindical estimam que 5 milhões de trabalhadores paulistas estarão em campanha salarial neste semestre

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a conquista de reajustes acima da inflação, os trabalhadores ampliam suas pautas e querem discutir, na campanha salarial deste semestre, reivindicações como qualificação profissional subsidiada pelos patrões, distribuição gratuita de medicamentos e até mesmo o efeito do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na criação de empregos.
CUT e Força Sindical estimam que 5 milhões de trabalhadores paulistas -como metalúrgicos, químicos, bancários, comerciários, têxteis e petroleiros- devam negociar e fechar acordos neste semestre.
O auxílio-educação é um dos itens que os bancários querem tirar do papel neste ano. "Subsidiar a qualificação é fundamental porque o setor exige hoje profissionais com nível superior. Alguns bancos negociam esse subsídio de forma individual para poucos funcionários. Nossa meta é estender esse benefício a toda a categoria", diz Luiz Claudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo (CUT).
O custo pode ser bancado pelos banqueiros, segundo diz, porque só a receita com a prestação de serviços dos 11 maiores bancos aumentou 25,7% entre 2005 e 2006. A categoria quer discutir também um índice de remuneração variável -pago de forma coletiva- para complementar os reajustes e a participação nos lucros.
Além de discutir a qualificação profissional, os químicos querem negociar distribuição gratuita de medicamentos, benefício já concedido por parte das empresas farmacêuticas.
"A pauta social dos sindicatos ficou estacionada por anos porque era preciso brigar por empregos e por aumento real. Com a inflação estável, é possível ampliar as reivindicações", diz Sérgio Luiz Leite, secretário-geral da Fequimfar, a federação dos químicos (Força).
Para José Dari Krein, professor da Unicamp, as chances de os sindicatos negociarem -e conseguirem- mais benefícios é maior porque sobre eles não incidem encargos trabalhistas "Há espaço também para negociar melhores condições de saúde e segurança no trabalho."


Texto Anterior: Dólar encerra semana em queda de 2,2%, a R$ 1,862
Próximo Texto: Maior parte dos reajustes é de até 2% mais inflação
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.