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Com reajustes maiores, sindicatos ampliam pautas
Estabilidade econômica e garantia de reposição da inflação levam trabalhadores a reivindicar mais benefícios sociais
CUT e Força Sindical estimam que 5 milhões de
trabalhadores paulistas estarão em campanha salarial neste semestre
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a conquista de reajustes
acima da inflação, os trabalhadores ampliam suas pautas e
querem discutir, na campanha
salarial deste semestre, reivindicações como qualificação
profissional subsidiada pelos
patrões, distribuição gratuita
de medicamentos e até mesmo
o efeito do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento) na
criação de empregos.
CUT e Força Sindical estimam que 5 milhões de trabalhadores paulistas -como metalúrgicos, químicos, bancários, comerciários, têxteis e petroleiros- devam negociar e fechar acordos neste semestre.
O auxílio-educação é um dos
itens que os bancários querem
tirar do papel neste ano. "Subsidiar a qualificação é fundamental porque o setor exige hoje profissionais com nível superior. Alguns bancos negociam
esse subsídio de forma individual para poucos funcionários.
Nossa meta é estender esse benefício a toda a categoria", diz
Luiz Claudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo (CUT).
O custo pode ser bancado pelos banqueiros, segundo diz,
porque só a receita com a prestação de serviços dos 11 maiores bancos aumentou 25,7%
entre 2005 e 2006. A categoria
quer discutir também um índice de remuneração variável
-pago de forma coletiva- para
complementar os reajustes e a
participação nos lucros.
Além de discutir a qualificação profissional, os químicos
querem negociar distribuição
gratuita de medicamentos, benefício já concedido por parte
das empresas farmacêuticas.
"A pauta social dos sindicatos
ficou estacionada por anos porque era preciso brigar por empregos e por aumento real.
Com a inflação estável, é possível ampliar as reivindicações",
diz Sérgio Luiz Leite, secretário-geral da Fequimfar, a federação dos químicos (Força).
Para José Dari Krein, professor da Unicamp, as chances de
os sindicatos negociarem -e
conseguirem- mais benefícios
é maior porque sobre eles não
incidem encargos trabalhistas
"Há espaço também para negociar melhores condições de
saúde e segurança no trabalho."
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