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Loja vende menos, mas fatura 15,24% a mais
DA SUCURSAL DO RIO
Para compensar a queda nas
vendas, os comerciantes varejistas estão tentando recuperar sua
margem de ganhos ao reajustar o
valor dos seus produtos.
De janeiro a junho deste ano, a
receita nominal das vendas do comércio (que não considera a inflação do período) acumulou alta de
15,24%, apesar de uma queda de
5,57% no volume de vendas no
semestre. Em junho, a receita aumentou 14,96%, na comparação
com 2002.
Segundo o IBGE, os preços do
comércio subiram 21,48% de junho de 2002 a junho deste ano. Já
os produtos vendidos pelo atacado ficaram 35,4% mais caros no
mesmo período, segundo a FGV
(Fundação Getúlio Vargas). O
IBGE não calcula a oscilação de
preços do setor atacadista.
Apesar de não existir uma relação direta entre a variação dos
preços no atacado e o aumento de
custos do varejo, é possível constatar uma diferença na dinâmica
dos dois setores:
"O comércio sofre a pressão
tanto do aumento de preços da
indústria quanto da redução na
renda do trabalhador. Já o atacado tem que negociar apenas com
seus fornecedores e, muitas vezes,
pode redirecionar suas vendas
para as exportações", observa a
economista-chefe do BES Investimento, Sandra Utsumi.
O professor da PUC-Rio Luiz
Roberto Cunha concorda: "Basta
notar que a variação de preços do
varejo foi muito menor que a do
atacado. As margens de comercialização do primeiro segmento
também têm sido cada mais achatadas", observa.
O economista do Unibanco Andrei Spacov, por sua vez, lembra
que a inflação do comércio ficou
acima da registrada pela economia. Em junho, a variação em 12
meses do IPCA (Índice de Preços
ao Consumidor Amplo, que serve
como base para definição das metas inflacionárias) foi de 16,6%.
E, desde maio, a variação de
preços medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado)
tem apontado deflação, muito
puxada por queda nos preços no
atacado -o item de maior participação na composição desse indicador.
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