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São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2003

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Loja vende menos, mas fatura 15,24% a mais

DA SUCURSAL DO RIO

Para compensar a queda nas vendas, os comerciantes varejistas estão tentando recuperar sua margem de ganhos ao reajustar o valor dos seus produtos.
De janeiro a junho deste ano, a receita nominal das vendas do comércio (que não considera a inflação do período) acumulou alta de 15,24%, apesar de uma queda de 5,57% no volume de vendas no semestre. Em junho, a receita aumentou 14,96%, na comparação com 2002.
Segundo o IBGE, os preços do comércio subiram 21,48% de junho de 2002 a junho deste ano. Já os produtos vendidos pelo atacado ficaram 35,4% mais caros no mesmo período, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas). O IBGE não calcula a oscilação de preços do setor atacadista.
Apesar de não existir uma relação direta entre a variação dos preços no atacado e o aumento de custos do varejo, é possível constatar uma diferença na dinâmica dos dois setores:
"O comércio sofre a pressão tanto do aumento de preços da indústria quanto da redução na renda do trabalhador. Já o atacado tem que negociar apenas com seus fornecedores e, muitas vezes, pode redirecionar suas vendas para as exportações", observa a economista-chefe do BES Investimento, Sandra Utsumi.
O professor da PUC-Rio Luiz Roberto Cunha concorda: "Basta notar que a variação de preços do varejo foi muito menor que a do atacado. As margens de comercialização do primeiro segmento também têm sido cada mais achatadas", observa.
O economista do Unibanco Andrei Spacov, por sua vez, lembra que a inflação do comércio ficou acima da registrada pela economia. Em junho, a variação em 12 meses do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que serve como base para definição das metas inflacionárias) foi de 16,6%.
E, desde maio, a variação de preços medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) tem apontado deflação, muito puxada por queda nos preços no atacado -o item de maior participação na composição desse indicador.


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