São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2003 |
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O VAIVÉM DAS COMMODITIES Piauí descobre o agronegócio Para desenvolver o agronegócio no Estado, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), criou a Secretaria do Agronegócio. Voltada exclusivamente para o desenvolvimento empresarial, a secretaria tem por objetivo criar um ambiente propício para os interessados em investir no Estado. No rastro da Bunge A estratégia do Estado está dando certo, diz o secretário João Batista Alves. A Bunge, que começa a operar um complexo de esmagamento de soja no Estado, está provocando a ida de outras 139 empresas para Uruçuí, município onde a multinacional se instalou. Diversificação Alves diz que a Bunge está provocando a montagem de empresas em vários setores, que vão desde a fabricação de implementos agrícolas à prestação de serviços. Com a chegada da Bunge, a produção de soja no Estado deverá passar de 400 mil toneladas para 1,5 milhão até 2006. Área disponível O Piauí tem 8 milhões de hectares de cerrado. Pelo menos 5 milhões são aptos à produção de soja, milho, arroz, algodão e girassol. O custo da terra é barato e deverá atrair cada vez mais investidores do centro-sul para a produção de grãos e para a pecuária, acredita o governo. Incentivos O governo do Piauí está criando vários agropólos no Estado -que vão desde a instalação de pequenas indústrias à produção de camarões. O governo dá incentivos fiscais a todos os investimentos, mas exige que pelo menos 80% da mão-de-obra seja local. Redução da TEC A alíquota de importação de arroz dos países fora do Mercosul foi reduzida para 4%. Essa taxa vigorará de 1º de outubro a 31 de dezembro. O limite de importações será de 500 mil toneladas, com base no arroz em casca. Deste volume, o limite de beneficiado é de 100 mil toneladas. Exigências Diante de um quadro de eventual desabastecimento no final do ano, o Uruguai concordou com o governo brasileiro em reduzir a TEC. Martin Aguirrezabala, ministro da Agricultura do Uruguai, quer discutir, no entanto, novas cláusulas a partir de 2004. Retorno a 2002 Aguirrezabala diz que, para evitar desestímulo ao plantio nos países do Mercosul, quer discutir uma evolução das taxas. Na proposta uruguaia, a partir de janeiro de 2004 a TEC volta aos patamares de 2002, que eram de 18% (beneficiado) e 21% (em casca). Assunto delicado Antônio Ernesto de Salvo, presidente da CNA, diz que a segurança nas propriedades rurais é cada vez mais "assunto delicado". Elas estão mais ameaçadas, e os custos diários de uma empresa especializada em segurança são de R$ 200 por profissional. Sem mágica Salvo diz que não há mágica. Os sem-terra crescem, e "as terras aproveitáveis, mas que não estão sendo aproveitadas", somam só 4% no Sul, segundo dados do Incra. "Podemos estar indo para um beco sem saída, e o governo Lula pode se desgastar, como ocorreu com o de FHC", acrescenta. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Mercado financeiro: Bovespa fecha com quinta alta seguida Próximo Texto: Nova vida: Ferrovias reaquecem fundições Índice |
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