São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2004

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RETOMADA

Secretário do Tesouro prefere adotar cautela com os números do PIB

Crescer 3,5% é mais sólido, diz Levy

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, disse ontem que, apesar de "alguns indicadores" positivos sobre o crescimento da economia no primeiro semestre deste ano, seria mais "sólido" continuar trabalhando com o crescimento anual de 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto).
Conforme a Folha noticiou ontem, o presidente Lula já comemora o crescimento do PIB entre 4,5% e 5% no primeiro semestre, comparado com o mesmo período de 2003. Os números foram antecipados ao presidente pelo IBGE, mas só serão divulgados no final deste mês.
Levy prefere a cautela. Disse que é melhor "não ser precipitado com esse tipo de previsão", até porque disso depende todo o trabalho de construção do Orçamento da União para o ano seguinte. Ele afirmou que 3,5% é o "número sólido". E negou estar sendo "conservador".
O secretário do Tesouro, que participou em Belo Horizonte de uma reunião na Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais), defendeu também que o governo "solidifique" a sua política fiscal. Ele acha que a equipe econômica não deve abandoná-la tão cedo, em que pese o crescimento da economia e, conseqüentemente, a melhoria das contas públicas.
"O momento é de lançar as bases do crescimento para os próximos anos. A base para isso é a política fiscal do governo", afirmou o secretário, acrescentando que o governo se preocupa com os investimentos, mas "olhando o gasto como um todo".
"A carga tributária existe porque há gastos", afirmou ele, assinalando que a tributação cresceu no Brasil de 1997 a 2002, mas ficou estável em 2003. Segundo ele, "aumentou o horizonte de planejamento do governo", que tem, conforme disse, "absoluta confiança" no que está fazendo.

"Cruzada" pelas PPPs
O ministro do Planejamento, Guido Mantega, cumpriu ontem mais uma agenda da "cruzada" que encampou para angariar apoio e convencer a oposição a votar antes de outubro o projeto que cria as PPPs (Parcerias Público-Privada) no Senado.
O ministro disse ter "esperança" de que o projeto será aprovado antes, mas não descartou o atraso. "O máximo que [os partidos da oposição] vão conseguir é retardá-lo. Aprovado vai ser."


Colaborou a Folha Online


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