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RETOMADA
Secretário do Tesouro prefere adotar cautela com os números do PIB
Crescer 3,5% é mais sólido, diz Levy
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, disse ontem
que, apesar de "alguns indicadores" positivos sobre o crescimento da economia no primeiro semestre deste ano, seria mais "sólido" continuar trabalhando com o
crescimento anual de 3,5% do PIB
(Produto Interno Bruto).
Conforme a Folha noticiou ontem, o presidente Lula já comemora o crescimento do PIB entre
4,5% e 5% no primeiro semestre,
comparado com o mesmo período de 2003. Os números foram
antecipados ao presidente pelo
IBGE, mas só serão divulgados no
final deste mês.
Levy prefere a cautela. Disse que
é melhor "não ser precipitado
com esse tipo de previsão", até
porque disso depende todo o trabalho de construção do Orçamento da União para o ano seguinte. Ele afirmou que 3,5% é o
"número sólido". E negou estar
sendo "conservador".
O secretário do Tesouro, que
participou em Belo Horizonte de
uma reunião na Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais), defendeu também que o governo "solidifique" a sua política
fiscal. Ele acha que a equipe econômica não deve abandoná-la tão
cedo, em que pese o crescimento
da economia e, conseqüentemente, a melhoria das contas públicas.
"O momento é de lançar as bases do crescimento para os próximos anos. A base para isso é a política fiscal do governo", afirmou
o secretário, acrescentando que o
governo se preocupa com os investimentos, mas "olhando o gasto como um todo".
"A carga tributária existe porque há gastos", afirmou ele, assinalando que a tributação cresceu
no Brasil de 1997 a 2002, mas ficou
estável em 2003. Segundo ele, "aumentou o horizonte de planejamento do governo", que tem,
conforme disse, "absoluta confiança" no que está fazendo.
"Cruzada" pelas PPPs
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, cumpriu ontem
mais uma agenda da "cruzada"
que encampou para angariar
apoio e convencer a oposição a
votar antes de outubro o projeto
que cria as PPPs (Parcerias Público-Privada) no Senado.
O ministro disse ter "esperança" de que o projeto será aprovado antes, mas não descartou o
atraso. "O máximo que [os partidos da oposição] vão conseguir é
retardá-lo. Aprovado vai ser."
Colaborou a Folha Online
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