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Estados vêem resultado com cautela
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
Apesar das estatísticas favoráveis em relação à produção industrial no Nordeste, os presidentes
das federações das indústrias dos
dois Estados que mais puxaram o
avanço, Bahia e Pernambuco, foram cautelosos ao falar sobre o resultado.
Segundo o IBGE, o setor industrial baiano é o quarto em crescimento no acumulado do ano
(10%). No comparativo trimestral, saiu de um resultado positivo
de expansão de 7,3%, no primeiro
trimestre, para 12,7%, no segundo. Em relação a junho do ano
passado, a produção industrial registrou avanço de 21,7%.
"Há um aquecimento da indústria que, basicamente, está retomando sua capacidade de produção que estava ociosa. Mas os setores que despontam são os tradicionais para a formação de capital
e de transformação industrial da
Bahia, o petroquímico e o químico, que, quando crescem, refletem
muito nos números do Estado",
declarou o presidente da Fieb (Federal das Indústrias do Estado da
Bahia), Jorge Lins Ferreira.
O desempenho das indústrias
pernambucanas também foi positivo. Acumulou crescimento de
7,4% no semestre e de 4,3% de incremento na produção no primeiro trimestre para 11,1%, no segundo. Os destaques foram os setores de metalurgia básica e alimentos e bebidas.
"Não é possível dizer que esses
números representam desenvolvimento. É preciso ter muita cautela. É cedo para dizer que trata-se
de um desenvolvimento sustentável. Torço para que não seja uma
bolha. A base de comparação dos
dados, o ano passado, é muito
baixa, foi um período terrível, declarou Jorge Corte Real, presidente da Fiepe (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco).
Ambos os presidentes atrelaram a continuidade da expansão
da atividade industrial no Nordeste a melhorias que declararam
"urgentes" nas condições de escoamento da produção.
"A nossa rede rodoviária está
destruída. Os empresários se
queixam muito disso. O setor
portuário precisa de investimentos urgentes para atender à demanda. O problema da infra-estrutura é seriíssimo e prejudica o
nosso crescimento.
Para Real, o setor industrial da
região Nordeste padece devido à
ausência de uma política de desenvolvimento regional. "Se o
centro-sul e o Sul reclamam de
faltam de condições logísticas,
imagine o Nordeste, que tem carências de infra-estrutura muito
mais acentuadas."
Tanto Real como Ferreira descartaram reflexos sociais significativos, como aumento do número de emprego e incremento da
renda do trabalhador em decorrência da expansão.
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